Por Igson Mendes (revisor) e Cláudio Cássio da Mata (Autor)
“É proibido aos sacerdotes
católicos
concelebrar a Eucaristia junto com
sacerdotes ou ministros de Igrejas
ou comunidades que não estão em
plena comunhão com a Igreja
católica.”
(CDC[1]. Cân. 908)
PARTE I
Sincretismo Religioso e Imagens
A
história da vida de Lázaro foi mal contada e há até fábulas no meio dela.
Exemplo:
No site[2] < http://www.saolazaro.org.br
> se conta a história do milagroso são Lázaro, mas, refletindo bem, o
próprio Lázaro foi quem recebeu o maior milagre. A história tem coerência,
porém a imagem usada ainda é outra parecida com o Lázaro da parábola, rodeada
de cachorros. Outro erro é o fato de afirmarem que Lázaro teria vivido após sua
ressurreição em Kition, Lanarka. A Bíblia afirma que os príncipes dos
sacerdotes teriam atentado contra sua segunda vida pouco tempo depois de sua
ressurreição,[3] em virtude de muitos judeus por causa
dele passarem a acreditar em Jesus. O uso desse tipo de imagem errônea, que gera
confusão no povo seria proposital, falta
de conhecimento, ou mesmo pela falta
de uma imagem mais autêntica em relação ao santo?
Minhas
respostas são as seguintes:
Se
proposital – os bispos e os sacerdores, como responsáveis pela educação
da fé, magistério docente da Igreja, deveriam responder por falsa piedade ou
mesmo exigir a que a verdade seja pregada como tal.
Vejamos
o que nos ensina o CIC:
·
O falso
testemunho e o falso juramento, além de atentarem contra a verdade e a
dignidade humana, são considerados crimes, quando se tornam abusos na
sociedade. (cf. CIC[4]
2476)
·
“A mentira é
a ofensa mais direta à verdade. Mentir é falar ou agir contra a verdade para
induzir em erro (...) A caridade e o respeito à verdade devem ditar a resposta
a todo pedido de informação ou de comunicação.” (CIC 2485.2489)
O
Código de Direito canônico também ensina:
·
Cân.1187 – Só é lícito venerar, mediante
culto público, aqueles servos de Deus que foram inscritos pela autoridade da
Igreja no catálogo dos Santos ou dos Beatos.
Se
por falta de conhecimento – é necessário catequizar o povo com a
verdade. Pregar nas homilias o correto na época das festas, conscientizar o
católico que vai a Missa. E amadurecer a formação dos fiéis. Não fingir a
verdade em prol de glórias efêmeras ou lucros.
“A caridade na verdade, que Jesus
Cristo testemunhou com a sua vida terrena e, sobretudo com a sua morte e
ressurreição, é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento
de cada pessoa e da humanidade inteira.”[5]
Se
por falta de uma imagem autêntica – É dever e direito da comunidade
pedir a ereção de uma imagem original quanto à vida do Santo. Observemos o que
nos ensina o CDC:
· Cân.1188 – Mantenha-se a praxe de propor
imagens sagradas nas igrejas, para a veneração dos fiéis; entretanto, sejam
expostas em número moderado e na devida ordem, a fim de que não se desperte a
admiração no povo cristão, nem se dê motivo a uma devoção menos correta.
IMAGENS DE SANTOS
As
imagens são sinais bonitos para lembrar-nos aonde e em quem Deus agiu de forma
especial, é para nos apontar por onde o homem ou a mulher que buscou a
santidade seguiu. Imagens são sinais! E o uso errado delas pode gerar muita
confusão. Tantas vezes, em algumas Igrejas Católicas, quando Jesus Eucarístico
está exposto, há muitos fiéis prostrados diante de imagens enquanto o Senhor
Jesus, Santo dos santos, está ali ao lado sem ao menos receber o devido culto.
Porque as autoridades competentes não ensinam ou exortam o povo? É necessário expor a verdade diante de tais
fatos.
Observemos
o que nos ensina Bento XVI: “- Um cristianismo de caridade sem verdade pode ser
facilmente confundido com uma reserva de bons sentimentos, úteis para a
convivência social, mas marginais. Deste modo, deixaria de haver verdadeira e
propriamente lugar para Deus no mundo. Sem a verdade, a caridade acaba
confinada num âmbito restrito e carecido de relações; fica excluída dos
projetos e processos de construção de um desenvolvimento humano de alcance
universal, no diálogo entre o saber e a realização prática.”[6]
Por
vezes, somos ridicularizados como aconteceu em um site: < http://feijaocomnutella.wordpress.com/2008/07/31/ritual-bom-pra-cachorro >, onde há até a foto de um
cachorro armado na festa do Lázaro, Nicarágua. E por aqui não é muito
diferente. Pesquisem e observem:
Desde
os primeiros séculos os cristãos já esculpiam imagens nas catacumbas e nas
Igrejas de Roma, mas jamais para adorá-las e sim venerá-las. Foi somente a
encarnação do Filho que inaugurou uma nova “economia” das imagens. (Cat. §1159)
A Tradição cristã sempre reconheceu o valor pedagógico e psicológico das
imagens como suportes para a vida de oração. Assim, os simples e iletrados
podiam aprender com mais devoção nos primeiros séculos cristãos.
O
culto que a Igreja Católica presta a Deus é único, e é chamado “latria”, isto
é, de ADORAÇÃO. Aos anjos e santos chama-se “dulia”, de Veneração. Já Maria,
mãe de Jesus, recebe o culto de “hiper-dulia”, de super-venezação, no entanto ainda
muito longe da Adoração.
O
professor Felipe Aquino[1],dá excelente ensinamento sobre as
Imagens desejáveis, desaconselhadas e condenadas pela Igreja no livro a Moral
Católica. A Igreja não quer, entretanto, que haja abusos ou exageros em relação
as imagens; e também quer que elas sejam confeccionadas de maneira adequada.
Aqui faço um breve resumo:
São
desejáveis:
-
imagens que eduquem a fé ; que levem em conta as reações das crianças e não as
dos adultos; que sejam feitas com boa estética; que não desviem do essencial
(sem pormenores inúteis); que não tenham exageros.
São
desaconselhadas:
-
imagens que não suscitem sentimentos de fé e de piedade, com muito
expressionismo. (Ex: semblantes de boneca, ideias que remetam homens
afeminados. Etc.);
São
condenadas:
-
imagens que transmitam falsa noção de realidade; que apresentem aspectos muito
sentimentais; que contribuam para ridicularizar algum personagem sagrado, algum
mistério da fé ou os ritos da Liturgia.
O Sincretismo permitido e até
incentivado dentro das Igrejas.
OMULÚ
(ABALUAÊ, XAPANÃ) - SÃO LAZARO[2]
O núcleo umbandista de São Sebastião
ensina que Omulú, Abaluaê e Xapanã são nomes do mesmo Orixá, alguns, no
entanto, os separam alegando serem Orixás diferentes. No terreiro os três nomes são adotados sendo
Omulú o mais ouvido. O sincretismo com São Lázaro é porque
entre a maioria dos católicos, a imagem do santo mostra-o de muletas com cães
lambendo-lhe as chagas espalhadas pelo corpo todo. Os africanos acreditam que
Omulú ou Abaluaê, é o protetor contra as doenças e contra a peste e que seu
corpo é coberto com uma roupa de palha que lhe esconde as feridas. Daí a sua
ligação com os cemitérios, onde se reza pelas almas, bem como, nos cruzeiros em
geral, tais como, os encontrados nas estradas, nos cemitérios e nas igrejas.
Desta forma São Lázaro é um Santo que protege e é também uma das portas que se
abrem para desmanchar magias maléficas. Por isso muitos devotos pedem a ele a
cura de vícios.
A imagem do santo mostra-o de muletas
com um cão lambendo-lhe as chagas espalhadas pelo corpo todo. Os nossos irmãos
africanos nos ensinaram que Omulú é o protetor contra as doenças e contra a peste,
que seu corpo é coberto com uma roupa de palha que lhe esconde as feridas, por
esse motivo o sincretismo com São Lázaro ocorreu. Outros o sincretizam a São
Roque e outros a São Cipriano. A Omulú recorrem todos que sofrem de moléstias
tidas como incuráveis, o que lhe vale a fama de médico dos miseráveis.
Registro
Histórico no Brasil
O
mais antigo documento histórico que fala sobre a existência da Capela de São
Lázaro, no Brasil, é de 12 de outubro de 1737. O local onde esta a Capela
chamado "Lazareto", ficando longe do centro da capital baiana, era
destinado às pessoas afetadas pelas doenças contagiosas e aos doentes-escravos
trazidos da África. Para a manutenção do hospital e da Igreja o rei do
Portugal, D. José, instituiu o "Real de São Lázaro". Segundo o antigo
documento de 1737 os bens de São Lázaro "não podiam ser vendidos, doados
ou trocados".
Orixá ligado às linhas de Oxalá e
Africana, Omulú e seus seguidores encaminham as almas dos recém-falecidos ao
mundo espiritual e deles absorve os fluídos e miasmas que exalam de um cadáver.
Daí a sua ligação com os cemitérios, aonde se condensam as vibrações desse
gênero. Quando evocado nos terreiros, a evocação é sempre feita pelos guias,
como os Caboclos e os Pretos Velhos, sendo que muitos Pretos Velhos trabalham
na vibração de Omulú. Suas cores são o branco e o preto, o branco simboliza o
sentido da pureza espiritual dedicado a Oxalá e nas contas negras está
representada a ausência da vida. A
Umbanda afirma que Omulú não deve ser encarado como algo assustador, para
enganar as pessoas. Omulú e seus enviados são atuantes nos cemitérios e
impedem o mau uso das energias e fluídos lá depositados, através dos cadáveres
sepultados, dispersando na atmosfera esses fluídos e energias que poderiam ser
usados por espíritos malignos em seus hediondos trabalhos de baixa magia. Na
África ele é considerado o protetor contra a peste, contra a varíola e outras
doenças contagiosas. Nas obrigações a Omulú são normalmente usadas velas
brancas ou brancas e pretas, cravos brancos ou outra flor branca masculina,
água pura ou vinho branco doce.
No
Candomblé, é usada em descarrego de pessoas doentes, a pipoca preparada em
azeite de dendê (sem sal). Na Umbanda é raro esse tipo de descarrego, porém,
ocorre em alguns templos.
Assim, nos orienta a Palavra de Deus em
defesa a essas barbaridades:
“A manifestação do ímpio será acompanhada,
graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios
enganadores. Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem,
por não terem cultivado o amor à verdade que os teria podido salvar.” (II Tes 2,9s)
[1]
Aquino, Felipe Queiroz de. A Moral Católica e os dez mandamentos. Ed. Cleófas, 2010. (livro com IMPRIMATUR, pelo Bispo †Dom Benedito Beni dos Santos, de Lorena. Pág. 83s
Aquino, Felipe Queiroz de. A Moral Católica e os dez mandamentos. Ed. Cleófas, 2010. (livro com IMPRIMATUR, pelo Bispo †Dom Benedito Beni dos Santos, de Lorena. Pág. 83s
[2] Fontes:< http://www.nuss.com.br/os-orixas/omulu.html
> Com acesso em: 23.02.2012.
<http://misaodoredentor.blogspot.com/2006/02/f.html >
[5]
(Do
Sumo Pontífice Bento XVI, Carta Encíclica CARITAS IN VERITATE. Parágrafo 1,
pág.3. Ed.Paulinas,2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário