quarta-feira, 21 de maio de 2014

Natureza, não religião.


Por Carlos Ramalhete.

A população brasileira está finalmente começando a se levantar em protestos, em sua maioria calados pela mídia, contra a agenda de abominações que se vem tentando impor à força como se fosse não apenas normal, mas consensual. Para o grosso da população, já chegaram a níveis intoleráveis o desprezo pela vida humana, especialmente do nascituro, do idoso e do deficiente; a exigência de que a perversão sexual não seja apenas tolerada, mas celebrada; a definição da identidade em função da libido; a redução do matrimônio a um contrato revogável de sexo e dinheiro; a celebração da prostituição; o racismo aberto e descarado das cotas e demarcações absurdas de terras; a proteção dos criminosos em detrimento das vítimas; a negação “vadia” da dignidade feminina como meio mágico de supostamente afirmá-la; a negação peremptória do fenômeno religioso; a negação da existência de uma Justiça objetiva...

O truque empregado pela brutal elite dita progressista que domina o Estado e a mídia para calar a voz de praticamente toda a população brasileira é acusar de “fundamentalismo religioso atentando contra o Estado laico” qualquer suspiro contrário aos absurdos crescentes que nos vêm sendo impostos. Alguns vão ainda mais longe, e apontam o suposto perigo da implantação de uma teocracia (!) no Brasil.

Futuro sombrio à frente.
Ora, o fundamentalismo religioso é o que separa religiões, não o que as une; é o que leva sunitas a matar xiitas e ambos a matar cristãos e judeus. Protestos como o ocorrido em pleno dia útil em Brasília, reunindo uma multidão de espíritas, protestantes, católicos, seguidores de religiões orientais e agnósticos, são o oposto diametral do fundamentalismo religioso. São o pesadelo do fascista, do comunista e do teocrata.

O que há em comum entre todos os que reagem contra as imposições absurdas ora em curso não é uma religião, e sim o respeito à natureza humana atacada ou, na melhor das hipóteses, ignorada por elas. Toda religião, assim como qualquer filosofia que reconheça a existência do humano, levanta-se contra as abominações que nos querem fazer engolir. O que faz com que se reúnam as pessoas de boa vontade em protesto contra essa agenda nefanda é a necessidade de respeito à ordem natural, a percepção de que o que se vem impondo é o caos, a negação da dignidade humana.


Ditatorial, antidemocrático e contrário aos desejos da população é o caos antinatural que nos vem sendo imposto. O perigo fascista não está numa impossível teocracia ecumênica, mas nos ataques estatais à natureza humana.

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