Dom Fernando
Arêas Rifan
Bispo da
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Dia 29 último celebramos o dia do Papa, na festa de
São Pedro, apóstolo escolhido por Jesus para ser seu vigário aqui na terra
(“vigário”, aquele que faz as vezes de outro), constituído por ele seu
representante, chefe da sua Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei
a minha Igreja; as portas (os poderes) do inferno não prevalecerão contra ela.
Eu te darei as chaves do Reino dos Céus (a Igreja): tudo o que ligares na terra
será ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu” (Mt
16, 18-19).
Estas palavras de Jesus são, por assim dizer, a carta da
Constituição da Santa Igreja, o diploma divino da investidura do Príncipe dos
Apóstolos como chefe visível de toda a Igreja, primeiro Papa, fundamento
(pedra) sólido, inquebrantável e perpétuo da Igreja de Cristo (“a minha
Igreja”). Jesus lhe confere o primado de jurisdição sobre ela, quer dizer, uma
autoridade suprema para dirigi-la, conduzir e governar (“ligar e desligar”).
Ele o faz supremo Pastor, seu substituto (“apascenta osmeus cordeiros
e as minhas ovelhas” (Jo 21, 15-17)), a cabeça visível da sua
Igreja, seu doutor infalível, com a garantia da infalibilidade e
indefectibilidade, pela presença contínua e segurança dele, Jesus, a pedra
angular, até o final dos tempos (Mt 28,20).
É por isso que veneramos o sucessor de São Pedro no Primado
sobre toda a Igreja, o Santo Padre o Papa – hoje, Papa Francisco - e lhe
prestamos nosso respeito e submissão, guardando com ele, fator de unidade da
Igreja, a comunhão, “de modo que, guardada esta unidade com o Romano
Pontífice, tanto de comunhão como de profissão da mesma Fé, seja a Igreja de
Cristo um só Rebanho, sob um só Pastor supremo (Jo 10,16). Tal é a
doutrina da verdade católica, da qual ninguém pode desviar-se sem perigo para a
sua Fé e sua salvação”, pois “esta Sé de São Pedro permanece imune
de todo erro, segundo a promessa de nosso Divino Salvador feita ao Príncipe de
Seus Apóstolos: ‘Roguei por ti, para que tua Fé não desfaleça; e tu, uma vez
convertido, confirma teus irmãos’ (Lc 22,32)” (Concílio Vaticano I,
Constituição Dogmática Pastor Aeternus D-S 3060 e3070).
São Pedro, fraco por ele mesmo, mas forte pela força que lhe
deu Jesus, representa bem “a Igreja, que reúne em seu seio os pecadores”, sendo
assim, “ao mesmo tempo santa, e sempre necessitada de purificação” (Lumen
Gentium, 8). No Credo do Povo de Deus proclamamos: “Cremos na Igreja
una, santa, católica e apostólica, edificada por Jesus Cristo sobre a pedra que
é Pedro... Cremos que a Igreja, fundada por Cristo e pela qual Ele
orou, é indefectivelmente una, na fé, no culto e no vínculo da comunhão hierárquica. Ela
é santa, apesar de incluir pecadores no seu seio; pois em si mesma não goza de
outra vida senão a vida da graça. Se realmente seus membros se alimentam dessa
vida, se santificam; se dela se afastam, contraem pecados e impurezas
espirituais, que impedem o brilho e a difusão de sua santidade. É por isso que
ela sofre e faz penitência por esses pecados, tendo o poder de livrar deles a
seus filhos, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo”.
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