Por Emanuel
Jr.
Esses dias me
deparei em uma dessas redes sociais com uma carta aberta para o Papa Francisco
sobre a intenção de ele de mudar a doutrina da Igreja.
Fico realmente
abismado com esse tipo de atitude pelo simples fato de que vejo uma carta como
essa com extrema má-fé de quem escreve e ainda divulga. Se quisesse tanto saber
as respostas dessas questões que julga essenciais e realmente o são, esperaria
as respostas e se empenharia em elas serem respondidas o quanto antes no lugar
de ficar causando confusão ao divulgar isso publicamente. A maioria das pessoas
sequer entende o que está lendo num texto desse.
O problema é que tem
muita gente querendo ser mais católico que o Papa. Esquecem que ele é a cabeça
visível da Igreja. A Igreja não erra em questão de moral e fé e por isso ele
não pode errar. Quem não acredita nisso não é católico e aí os termos da
discussão precisam mudar. Quem não acredita nisso pode muito bem acreditar que
ele quer mudar a doutrina e começar com a teoria da conspiração. Mesmo que ele
queira mudar ele não pode fazer isso. É uma questão de fé que ele não vai
conseguir mesmo que ele queira.
Não sou o maior fã
dele, digo isso claramente, mas ele é o Papa. Isso também não significa que eu
o odeie ou o desobedeça, mais uma vez precisa ficar claro que ele é o Papa. Se
fosse eleito o Leonardo Boff para Papa eu, da mesma forma, obedeceria, embora
tenha certeza que rezaria três vezes ao dia para que o papado fosse o mais
breve possível. Acho que o Papa Francisco é dúbio nas declarações, fala quando
não devia, se cala quando devia falar, fala sobre assuntos desnecessário e usa
expressões impróprias, age inadvertidamente e se atém a questões que parecem,
nesse momento, menos importantes que outras. Mas ele ainda é o Papa e sozinho
ele não pode fazer nada contra a Igreja mesmo sendo o Papa.
Não acredito que ele
tenha má-fé ao fazer nada disso. Acredito só que ele é latino e todos esses
defeitos de falar na hora errada, ser dúbio, usar expressões desnecessárias...
isso é coisa nossa de latinos. Tem também o problema de que ele é claramente
limitado teologicamente. Perto de Bento XVI ele é um estudante mal sucedido. Perto
de São João Paulo II ele é um sociólogo de beira de esquina. Mas quem disse que
pra ser Papa tem que ser exímio teólogo?
A Igreja já teve
inúmeros Papas horríveis no sentido claro da palavra. Foram pessoas terríveis,
assassinos, fizeram orgias dentro do Vaticano, indignos, ladrões, adúlteros...
nada disso destruiu a Igreja. Porque uma pessoa que peca pelo simples fato de
ser dúbia ou omissa destruiria algo que é indestrutível (Mt 16,18ss)?
Existe um ditado
antigo que diz que cada período tem o Papa que precisa. Precisamos desse nesse
momento. Se ele é ruim, precisamos ter isso como penitência e esperar passar.
Sofrer com o sofrimento da Igreja e de todos em volta dela. Se ele só não é
capaz, também precisamos esperar para ver até onde vamos e porque vamos. Ele é
que conduz a barca. Não sou eu, nem teólogo algum por mais nome que tenha. Eu
ou você podemos até saber mais sobre conduzir um barco que ele, o Papa, mas
isso não importa, ele é que conduz. Não faz diferença eu saber mais se ele é
que tem a responsabilidade. O que preciso é confiar. Confiar não na promessa
dele, mas de Deus que disse que estaria com a Igreja todos os dias até o fim
(Mt 28,20b).
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