Por André Brandalise
Interestelar “Nós
sempre nos definimos pela capacidade de superar o impossível.” (Cooper)
Sinopse: A Terra está
à beira do colapso. Boa parte de suas reservas naturais acabaram e um grupo de
astronautas recebe a missão de encontrar um planeta para receber a população
mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper (Matthew McConaughey)
é chamado para liderar o grupo e aceita a missão sabendo que pode nunca mais
ver os filhos. Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e
Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa.
Christopher Nolan “brinca”
com ficção científica há algum tempo, em bons filmes como “Amnésia” (2000), “O
Grande Truque” (2006) e “A Origem” (2010), mas em Interestelar supera e muito
seus limites. Ao contrário do que possa parecer, não se trata de uma discussão
sobre se estamos sozinhos no universo ou não (como já vimos no filme Contato -
que já foi analisado e recomendado por nós), mas todo o enredo é sobre a
sobrevivência da espécie humana e até que ponto estamos dispostos a arriscar ou
lutar por ela.
Durante todo o filme
são exploradas várias teorias da física, como o buraco negro, buraco de minhoca
e relatividade, tudo com apoio e embasamento trazido pelo físico teórico Kip
Thorne. Buscou-se uma “fidelidade científica” em todas as teorias físicas
apresentadas, o que traz maior mérito à produção, mas alguns questionamentos
sociais e morais feitos são o grande motor do filme: o quanto você estaria
disposto a arriscar ou sacrificar pela humanidade ou pelos que lhe são
próximos?
Em um mundo já
condenado, com a comida escassa e as mínimas chances de sobrevivência, aparece
uma chance de salvar a humanidade. Se você … sim, meu caro leitor, VOCÊ …
pudesse fazer algo neste projeto, até onde iria? Arriscaria a sua vida?
Vale lembrar as
palavras do Papa Francisco em sua homilia na Missa de Ramos de 2013:
“E não devemos ter
medo do sacrifício. Pensai numa mãe ou num pai: quantos sacrifícios! Mas porque
os fazem? Por amor! E como os enfrentam? Com alegria, porque são feitos pelas
pessoas que amam. Abraçada com amor, a cruz de Cristo não leva à tristeza, mas
à alegria.”
Claro que não é a
melhor produção de ficção científica já feita, mas não pode ser desconsiderada
e muito menos seus questionamentos. Vale ser visto de preferência no cinema
(IMAX ou XD – não precisa ser 3D) e depois se questionar sobre até onde vai a
sua capacidade de “superar o impossível”.
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