Por D.
Henrique Soares
Basílica de São João de Latrão |
A
Basílica do Latrão é a Catedral da Igreja de Roma, a Catedral do Papa. Na sua
entrada há uma inscrição: “Mãe de todas as igrejas da Cidade e do mundo”.
Compreendamos!
A Igreja de Roma (isto é, a Arquidiocese de Roma) é a Igreja de Pedro e de
Paulo, é a Igreja que preside à todas as outras dioceses do mundo, é a mais
venerável de todas as Igrejas da terra.
Santo
Inácio de Antioquia referia-se a ela, lá pelo ano 97, com indizível veneração.
Numa carta que endereçou aos cristãos romanos, o santo Bispo de Antioquia
escrevia:
“À Igreja objeto de misericórdia na magnificência do
Pai altíssimo e de Jesus Cristo seu único Filho, amada e iluminada na vontade
daquele que conduz à realização todas as coisas que existem, segundo a fé e o
amor de Jesus Cristo nosso Deus, à mesma que também preside na região dos
romanos, digna de Deus, digna de honra, digna da máxima beatitude, digna de
louvor, digna de sucesso, digna de pureza e colocada acima das demais na
caridade, que possui a lei de Cristo e o nome do Pai”...
O
Papa, como Bispo de Roma, é cabeça do Colégio dos Bispos e sinal visível da
unidade da Igreja na verdadeira e perene fé católica e na caridade, isto é, na
comunhão entre todas as demais Igrejas diocesanas. É por isso que hoje nos
unimos à Igreja de Roma na festa da Dedicação, da consagração da sua Catedral,
a Basílica do Latrão.
A
Catedral de cada diocese é a Igreja do Bispo, sucessor dos Apóstolos. Quanto
mais importante é a Catedral do Bispo de Roma, sucessor de Pedro. Por isso, ela
é considerada a “Mãe de todas as Igrejas da Cidade e do mundo”.
Assim
sendo, a festa de hoje convida-nos também a rezar pela Igreja de Deus que está
em Roma e pelo seu Bispo, Francisco. Convida-nos a estreitar nossos laços com
Roma e o Papa, retomando nossa consciência do papel que ele tem como Vigário de
Pedro, a quem Cristo confiou sua Igreja.
Num
mundo tão complexo, com tantas ideias, opiniões e modas, num cristianismo que
vê surgir tantas seitas sem nenhum fundamento teológico, sem nenhuma seriedade,
sem nenhum enraizamento na Tradição Apostólica, difundindo-se pela força do
dinheiro e a conivência dos meios de comunicação, ávidos de lucro, fazendo um
terrível mal à fé dos simples e desavisados – num mundo assim, reafirmemos
nossa comunhão firme, profunda e convicta com a Igreja de Roma e seu Bispo, a
quem o Cristo entregou de modo particular as chaves do Reino e deu a missão de
confirmar na fé os irmãos.
A comunhão com Roma
é garantia de estar naquela comunhão que Cristo sonhou para a Sua Igreja; é
garantia de permanecer na fé apostólica, transmitida uma vez por todas, é
garantia de não cair num tipo de cristianismo alheio àquilo que o Senhor Jesus
pensou e estabeleceu. Todo cristão e toda Igreja diocesana devem estar em
comunhão com a Igreja de Roma e com o seu Bispo, o Papa.
Quanto ao Papa e a
Igreja de Roma, devem, por sua vez, serem guardiães fieis da fé católica uma
vez por todas confiada aos santos; a Igreja não é do Papa; é de Cristo! O Papa
é o primeiro que deve ouvir fielmente o Senhor, é o primeiro a obedecer e ser
fiel à fé católica, sendo exemplo para os seus irmãos! Esta é a missão de Pedro
e de todos os seus sucessores na Cátedra de Roma, simbolizada pela Basílica do
Latrão!
Que a festa hodierna
seja uma feliz ocasião para professar, na exultação e no louvor, a nossa fé
católica, da qual nos ufanamos com humildade e na qual esperamos ser salvos.
Amém.
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