sábado, 19 de julho de 2014

Nossa Senhora de Fátima e o Milagre do Sol.


Por Lizandra Danielle

Situação histórica na época.

O começo do século XX foi marcado com a invasão do poder comunista, na maior parte do mundo. Lenine planejava com Trotsky espalhar o marxismo pelo mundo, começando pela Península Ibérica (Portugal e Espanha). Em 1910, sete anos antes do Milagre do Sol, o governo comunista assumiu o poder em Portugal, e no mesmo ano, a Alemanha declarou guerra à Rússia.

O principal símbolo do comunismo (Marxismo), que até hoje é usado no mundo, e no governo atual do Brasil, é a estrela vermelha. E por incrível que pareça, Nossa Senhora de Fátima aparece anos depois com uma estrela na barra de sua túnica branca, não a estrela vermelha, mas uma estrela de luz, dourada e resplandecente. O objetivo do comunismo na época (e até hoje) era exterminar a religião apenas em duas gerações, o que não aconteceu. A religião era considerada um obstáculo ao progresso social, o ópio do povo e assim negando a existência de Deus.
Os 3 pastorinhos: Jacinta, Lúcia e Francisco.

Lúcia de Jesus dos Santos

Nasceu em Aljustrel, cidade perto de Fátima, no dia 28 de março em 1907, filha de António dos Santos e Maria Rosa. Foi uma das três crianças que teve a benção de ver, ouvir e falar com Virgem de Fátima. Ela era a única que falava com a Virgem, Jacinta via e ouvia e Francisco apenas via.

Era uma menina típica da época, rural, e já era pastora aos 6 anos, junto com seus primos Jacinta e Francisco.

Em 17 de junho de 1921 entrou no colégio das irmãs doroteias, professou como doroteia e em 1928. Em 1948 entrou no Carmelo de Santa Tereza.
Lúcia faleceu no dia 13 de fevereiro de 2005, com 98 anos de idade.

Jacinta Marto

Também nasceu em Aljustrel, no dia 11 de março de 1910, filha de Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus dos Santos. Ela via e ouvia a Santa, mas não conversava como Lúcia.

Durante e depois das aparições, Jacinta era a que mais praticava a mortificação, como penitência, que a Virgem pediu aos três, pela conversão dos pecadores. Alguns exemplos de mortificação: uma corda bem amarrada na cintura, a utilização da planta Urtiga em algumas partes de corpo para incomodar, etc. É possível que os vários jejuns que fazia, à deixou mais frágil, fazendo com que fosse atingida pela epidemia que estava atacando toda a Europa em 1918, como conseqüência da primeira guerra mundial.

Veio a falecer no dia 20 de fevereiro de 1920. Jacinta foi beatificada no dia 13 de maio de 2000, pelo Beato Papa João Paulo II. No dia 11 de março de 2010 foi comemorado o centenário de seu nascimento, com a presença do Papa Bento XVI.

Francisco Marto

Nasceu em Ourém no dia 11 de junho de 1908, filho mais velho de Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus dos Santos. Dos três pastorinhos era o único que apenas via Nossa Senhora, não foi permitido a ele ouvir a voz nem falar com a Santa, mas os segredos foram contados à ele por Lúcia  e Jacinta. Também fazia muitas mortificações, que até mesmo Nossa Senhora os pediu moderação. Há relatos de que ele faltava a aula escondido dos pais para fazer companhia á Sagrada Eucaristia na igreja e consolá-Lo pelos pecados do mundo. Como Jacinta, Francisco também foi vítima da epidemia que rondava pela Europa. E faleceu em 1919, em casa. Francisco foi beatificado junto com sua irmã, no dia 13 de março de 2000, pelo Beato Papa João Paulo II.

As aparições em Fátima

Também conhecidos como os pastorinho de Fátima, Lúcia de Jesus dos Santos, com dez anos, Francisco Marto, de nove anos e Jacinta Marto irmã de Francisco, de sete anos, receberam mensagens e segredos confiados a eles pela Virgem Maria Santíssima em Portugal, na cidade de Fátima em 1917.Antes disso, as crianças tiveram a visita de um Anjo em 1916, que veio prepará-los para a futura aparição de Nossa Senhora. O acontecido foi descrito por Lúcia, no livro “Memórias da Ir. Lúcia”.

Ela diz que um anjo com a aparência de uns 14 a 15 anos, aparece aos três como o Anjo da Paz ou Anjo de Portugal, pedindo que junto dele rezem, recitou uma oração e pediu a eles que rezassem sempre desse jeito.

“– Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e Vos não amam.”

Em uma segunda aparição, enquanto as três crianças estavam em cima de um poço que era conhecido por eles como Arneiro, que ficava no quintal dos pais de Lúcia, o Anjo falou para que eles sempre oferecessem orações e sacrifícios ao Altíssimo e que Jesus e a Maria Santíssima reservava a eles desígnios de misericórdia. Segundo Lúcia, houve um momento onde o Anjo apareceu com um cálice nas mãos onde tinha uma hóstia suspensa e gostas de sangue saiam dela, logo depois o Anjo os alimentou com o Corpo e o Sangue de Cristo.

“...toma em suas mãos o Cálix e a Hóstia. Dá-me a Sagrada Hóstia a mim e o Sangue do Cálix divide-O pela Jacinta e o Francisco, dizendo ao mesmo tempo:

– Tomai e bebei o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.

E prostrando-se de novo em terra, repetiu conosco outras três vezes a mesma oração.

– Santíssima Trindade, Padre, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço--Vos a conversão dos pobres pecadores.

E desapareceu.”

A primeira aparição da Virgem aconteceu no dia 13 de maio de 1917 na Cova da Iria, em Fátima. A partir daí, a Virgem de Fátima apareceu para as três crianças todo dia 13 de cada mês sempre na mesma hora, durante os 5 meses seguintes, até o mês de outubro, exceto em agosto que foi no dia 19. No início das aparições a Virgem não revelou sua identidade, as crianças à conheciam como uma mulher vestida de branco que aparecia em cima de uma azinheira rodeada de luz, que dizia vir do Céu, e pedia para que eles sempre rezassem o rosário. No dia 13 de julho foi quando Maria Santíssima mostrou aos pastorinhos a visão do inferno, visão que os deixou muito atormentados, viram almas mergulhadas em um mar de fogo, onde só se escutava ranger de dentes, gritos de dor e desespero.

 No dia 13 de agosto, dia marcado para a quarta aparição, o administrador do conselho de Vila Nova de Ourém, enganando as três crianças, conseguiu levá-las para a vila, com o objetivo de não haver mais tumulto e perguntas sobre o assunto, dois dias depois as crianças voltaram para casa, ou seja, não houve aparição no dia marcado, mas sim no dia 19 de agosto, os três estavam em uma propriedade de seus tios, conhecido por Valinhos, quando tiveram a visão de Nossa Senhora em cima de uma azinheira como de costume. Desde o começo ela prometeu que no último mês falaria quem era e faria um milagre onde provaria suas aparições a todos que estivessem ali presentes, pois, ninguém dava credibilidade aos pastorinhos, por serem meras crianças, que poderiam muito bem inventar histórias fantasiosas para chamar atenção. Em todas as aparições a Virgem pede que todos ofereçam sacrifícios pelos pecadores e manda várias mensagens ao mundo, que naquele momento passava por grandes crises e guerras, dizia que se os homens não se arrependessem de seus pecados a guerra não iria acabar.

Na última aparição Nossa Senhora de Fátima se identificou como a Senhora do Rosário, assim pedindo para que sempre rezássemos o rozário em nome de todos os pecadores do mundo.

O Milagre do Sol

O poder divino se manifestou em Fátima, como nossa Mãe Celestial havia prometido. Em um dia muito chuvoso, onde se fez possas de lama por toda parte, o Milagre do Sol foi presenciado por uma grande multidão que disputava lugar naquele solo encharcado, todos usavam guarda-chuva, era tanta gente que olhando por cima parecia um tapete, mais de 70 mil pessoas de todas as classes sociais e crenças, o milagre pôde ser visto em uma área de 32 km de distância do local, o que prova que aquela visão não poderia ter sido influência coletiva ou hipnose e se tivesse sido um fenômeno natural, os observatórios astronômicos teriam registrado sem dúvida. Todos que estavam na Cova e em suas proximidades viram o sol bailar no céu, emitindo cores variadas, azul, amarelo, vermelho, etc.

Segundo testemunhas, acorreu um grande avo roso, a maioria das pessoas se ajoelhavam e começaram a confessar seus pecados, crendo que aquilo era o fim do mundo, pois o sol parecia que estava caindo em direção da multidão. Quando tudo acabou, todos tinham se secado e não havia mais lama. Logo começou uma grande ventania, mas que aos olho dos presentes, nada se movimentava com o vento, nem mesmo as arvores.

“Chovia agora como uma torneira que se abre em casa. Chuva! E então, de repente, a chuva parou. O sol começou a rolar de um lugar para o outro e ficou azul, amarelo de todas as cores! Então vimos o sol vir em direção das crianças (3 pastorinhos), em direção da árvore. Todos estavam berrando. Alguns começaram a confessar seus pecados porque não havia padres por  perto.”

“Assim que o sol voltou para sua posição normal, o vento começou a soprar forte, mas as árvores absolutamente não se mexiam. O vento soprou e em alguns minutos a chão estava tão seco quanto este chão aqui. Até nossas roupas tinham secado. Andávamos para cá e acolá e nossas roupas... não sentíamos absolutamente nada.”(testemunha do milagre, que tinhas 17 anos na época - Sr. Diminic Reis, entrevista feita em um programa de televisão em 1960, 43 anos depois do milagre.)  

 Ao ler as entrevistas feitas décadas depois do ocorrido, de algumas testemunhas, é possível ver a grandiosidade do milagre, o quanto elas se emocionam em apenas lembrar do acontecido.
Desde 1917 muitas pessoas que não acreditam ou não querem acreditar que isso foi realmente um milagre, ficam querendo criar explicações, muitos dizem que isso seria impossível pelo fato de que todos os planetas dependem do lugar onde o sol se localiza, um metro a mais ou a menos já faria um grande estrago no planeta Terra ou que se o Sol realmente tivesse girado no céu o mundo inteiro teria presenciado isso. Realmente pensando assim, podemos concluir que o Milagre do Sol foi uma farsa, mas o que muitas pessoas não entendem é que o sol não girou realmente, mas o poder divino fez com que todos que estavam na Cova e suas proximidades vissem um fenômeno sobrenatural que não aconteceria jamais, por isso é que se chama milagre, um acontecimento fora do normal, que não obedece às leis naturais ou da física.

Portugal após o milagre

O milagre do Sol foi um grande dispersor da revolução que acontecia em Portugal desde 1910. Os principais governantes de Portugal naquela época eram Magalhães Lima e Afonso Costa, mas o fundador do partido que se misturava ao ateísmo, era Antonio Maria da Silva, no qual foi o primeiro a se curvar diante do grandioso acontecimento em Fátima. O começo da dispersão da força revolucionaria teve início com a conversão de Antonio, pois queria a reconciliação com a Igreja, por causa disso, sofreu com ataques e insultos de seus ex-aliados.

No dia 22 de outubro de 1917, nove dias depois do milagre, a suposta árvore onde a Senhora de Fátima apareceu foi derrubada pelo governo.

Mas no dia 24 de outubro, o jornal local (O Século) anunciou que as peregrinações na Cova da Iria continuavam e que a árvore derrubada não era a verdadeira, mas sim uma parecida. Enquanto isso o administrador de Fátima, Arthur dos Santos, perdia lugar e chances para assumir algum cargo mais alto, pelo fato de que o milagre estaria enfraquecendo a revolução comunista naquele lugar.

Foi colocado na presidência Sindônio Pais, um erro dos revolucionários, Sindônio deixou que a religião tomasse cada vez mais lugar no país o contrário do plano dos comunistas, por isso foi assassinado.


Em 1922 a capela construída.

Um comentário:

  1. Bacanas as informações sobre Portugal depois do milagre. Gostaria de saber mais. Alguma leitura recomendada sobre isso? Há tantos fatos históricos que eu sinto estarem ligados às aparições em Fátima, mas geralmente quem fala do assunto apenas repete as mesmas informações, deixando de lado o regicídio, a influência do cientificismo, do jansenismo... No máximo falam (pouco) da maçonaria. Acho que Fátima ainda espera historiadores profundos... Que eu saiba, ninguém até hoje relacionou o Efeito Tunguska a Fátima, mas eu acho que tem tudo a ver, bem como os gulags da U.R.S.S., a tempestade em 13 de outubro, o alpendre da capelinha... Fátima ainda nem começou e ainda falta quem conte direito essa história. Bom texto!

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