Por Paulo Henrique Cremoneze.
SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS JUÍZOS E PALAVRAS
No último sábado, dia 4 de fevereiro (2012), participei de
uma reunião com alguns amigos.
Reunião em torno de um sacerdote que transmitiu
importantes informações sobre JUÍZOS E PALAVRAS.
Exatamente as anotações que fiz na oportunidade e
algumas reflexões a respeito que pretendo expor.
Pois bem:
No Novo Testamento, Carta de Santiago, o apóstolo é
mártir é duro ao afirmar mais ou menos com as seguintes palavras: “quem não
repreende a língua, a fé é vã” e “a língua é um mundo de iniqüidade”.
Não satisfeito, Santiago ainda afirma “a língua
inflama o nosso viver”.
Por que o apóstolo fez uso de afirmações, palavras,
tão duras.
Eu, particularmente sinto-me à vontade para tratar
do assunto, pois um dos maiores problemas que enfrento na minha vida cotidiana
é exatamente o controle da língua.
A língua já me fez pecar muitas vezes, palavras
infelizes feriram pessoas queridas e muitas complicações foram causadas pelo
uso inadequado, pouco cristão, da língua.
O fato é que nossas palavras nos prendem aos nossos
mundos interiores.
Não raro, falamos aquilo que carregamos no coração,
da mesma forma que somos aquilo que contemplamos.
Nosso mundo interior pode nos aproximar ou nos
afastar de Deus.
O amor de Deus (e o amor por Deus,
conseqüentemente) exige um modo de viver impregnado de amor. Esse modo pode ser
destruído pela língua, porque ela expõe ao mundo o que está no interior do
nosso coração.
Muitos são os malefícios da má língua e suas raízes
são interiores e profundas.
Quando falamos mal de alguém, sendo ou não verdade,
furtamos a dignidade espiritual da pessoa.
Ao que parece, existe um prazer mórbido em cada um
de nós em revelar os defeitos de outra pessoa.
Esquecemos, com assustadora freqüência, que ao
rotular negativamente uma pessoa, ao lhe dar má fama, inibimos à prática do bem
e até mesmo um eventual processo de conversão.
Claro, às vezes, precisamos expor alguns fatos em
nome da verdade e da justiça, mas o devemos fazer com intenção reta e juízo
cristão. Quando se trata de defender o bem próprio, de terceiro ou público, é
perfeitamente bom e justo revelar o erro alheio, mas sempre em bom juízo e para
o bem comum.
Isso requer bom senso, espírito de justiça e
equidade, coisas que se desenvolvem por meio da vida religiosa.
Não podemos emitir juízos temerários sobre os
outros, porque normalmente eles são feitos sem fundamentos e apenas para saciar
nossas próprias misérias espirituais.
A bem da verdade, a má língua e as palavras ruins
têm como base de tudo a inveja.
Inveja que não passa do refúgio dos infecundos.
Se quisermos transformar nossas vidas também nesse
sentido precisamos dos remédios adequados: oração, fomentação do bem e
sacrifício.
Ao homem de má língua falta vida interior, a boa
solidão, os momentos de deserto, os meios necessários para o diálogo com Deus,
a busca da intimidade com Deus.
No silêncio encontramos Deus e não na mediocridade.
Temos que ter em conta que somos pecadores que se
elevam, lutando contra os afetos desordenados, incluindo os da língua.
E a cada elevação, nós nos transformamos nos
caminhos da santidade.
Não podemos nos esquecer que o modo de pensar de
Deus é diferente do nosso modo de pensar, razão pela qual devemos carregar como
uma máxima de vida, um postulado a seguinte frase: ATRAVÉS DA CRUZ, CHEGA-SE A
LUZ.
Jesus compreendia o íntimo das pessoas, por isso
estava aberto a cada uma delas, compreendendo-as.
Cada um de nós deve imitar Jesus e procurar
compreender as pessoas com quem vivemos ou nos relacionamos.
Isso não significa aceitar erros reiterados
(exatamente para isso existe a correção fraterna), mas colocar o amor em
primeiro lugar.
Nosso juízo alheio só será reto se o objetivo for o
de melhorar, elevar a pessoa.
Conhecendo os pontos fracos de uma pessoa, podemos
entendê-la melhor e fazer uso da compaixão, para que as palavras de sabedoria
brotem de nossos lábios e nossa língua não seja causa de perdição, mas de salvação,
Terá boa língua e saberá fazer com uso das palavras
quem cultivar coisas boas no coração, sempre com o desejo de elevar uma pessoa,
mesmo que em meio a uma dada correção fraterna.
Mas, para animar os outros, é preciso que nós mesmo
estejamos animados, transformando em nossas vidas o veneno em remédio.
Quem se cala nunca erra, quem fala demais, sem ser
para maior glória de Deus, tem grande chance de errar.
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