Por Ivanaldo Santos
Por ocasião das eleições do ano de
2010 a grande mídia noticiou a existência de um movimento social. Tratava-se do
movimento provida e pró-família, um movimento ético, formado por cidadãos
brasileiros que lutam em prol da dignidade da pessoa humana e da preservação e
da valorização da família. Na época esse movimento fez sérias e concretas
denuncias sobre os planos e sobre o Regimento e as normas internas que regem o
partido da então candidata a presidência da república, a Sra. Dilma Rousseff, o
Partido dos Trabalhadores (PT). Entre essas denúncias contavam o fato do PT ter
em seu Regimento e em suas regras internas a determinação de legalizar o aborto.
Em 2010 o movimento provida e pró-família foi classificado, pelo PT e por
setores da mídia, como fazendo parte do “submundo da internet” e de “grupo
conservador e reacionário”.
É preciso explicar que o movimento
provida e pró-família existe no Brasil desde a década de 1970. O que houve em
2010 é que a grande mídia deu visibilidade nacional ao movimento. Trata-se de
um dos movimentos sociais mais organizados no Brasil, com presença em quase
todas as capitais e nas grandes cidades do Brasil.
O que chama a atenção é que o PT é um
partido político que tem um histórico de afirmar que “ouve a voz da rua”, que “dialoga
com as bases”, que “dialoga com os movimentos sociais”. Qualquer cidadão
brasileiro, com o mínimo de conhecimento sobre atualidades culturais, já ouviu
uma dessas expressões sendo proferida por algum membro ou líder do PT. É comum
ver os líderes do PT em reuniões com lideranças de movimentos sociais, tais
como: MST, Via Campesina, MTST, Passe Livre e até mesmo com o violento e
destrutivo movimento dos Black Bloc.
O que surpreende é que em quase 12
anos de governo (2002-2014) o PT não conseguiu se reunir com o movimento
provida e pró-família uma única fez. Na agenda do governo do PT estão presentes,
por exemplo, centrais sindicais, grupos que espalham a violência e o pânico nas
grandes cidades e até mesmo líderes e representantes de ditaduras do Terceiro
Mundo. Quando se trata de se reunir com centrais sindicais ou grupos que
espalham a violência nas grandes cidades, o governo do PT exerce o princípio de
“ouvir a voz da rua” e “dialogar com as bases”. No entanto, esse mesmo
princípio não é colocado em prática com o movimento provida e pró-família.
Parece que o governo do PT não está interessado em ouvir as reivindicações sobre
a dignidade da pessoa humana e sobre a necessidade de se manter e investir no
bem estar da família.
De um lado, o governo do PT mantém e
incentiva políticas que colocam em risco a vida humana, como, por exemplo,
ações e políticas de incentivo ao aborto, fala-se em legalizar a prostituição e
as drogas e, dentro de alguns setores do partido, fala-se até em legalizar o
infanticídio. Do outro lado, o próprio governo do PT se recusa a ouvir qualquer
reivindicação dos grupos provida e pró-família. Por mais que o PT diga que está
sendo vítima de incompreensões, de críticas feitas por setores privilegiados da
sociedade, é muito difícil aceitar o fato que o PT é um partido do povo e que
ouve a voz da população. Em grande medida, o PT é um partido de uma estrutura
social e política (sindicado, movimento social de esquerda, etc) e, por isso,
está comprometido com essa estrutura. Qualquer movimento ou reivindicação que
não venha dessa estrutura o PT tem dificuldade de ouvir. As reivindicações em
prol da defesa da vida humana é um bom exemplo disso. Apesar de toda retórica
democrática, em 12 anos o PT não conseguiu se reunir com o movimento provida e
pró-família. Na prática, o PT tem uma postura autoritária, distante da vida, da
ética e da dignidade que a pessoa humana merecer ter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário