Por Dom Henrique Soares
Para os bem-pensantes da atualidade, é inaceitável
que o homem precise de Deus para organizar sua vida e discernir o que é certo
ou errado, bem ou mal. Certamente há ainda tantas pessoas religiosas... Mas, a
questão não é esta: o Ocidente não aceita que a religião tenha algo a dizer na
organização da sociedade... A religião somente é tolerada como realidade
privada e meramente subjetiva... Já há tempos para o nosso mundo Deus deixou de
ser uma realidade - a Realidade - e tornou-Se apenas uma desbotada e incerta
opinião...
Valem, para o mundo atual, as trágicas e
tristemente proféticas palavras de Nietzsche:
“Deus morreu! Deus está morto! E
nós é que O matamos! Tudo o que havia de mais sagrado e de mais poderoso no
mundo esvai-se em sangue sob o peso do nosso punhal... Não vos parece grande
demais essa ação? Não deveríamos nós mesmos nos tornar deuses, para pelo menos
nos tornar dignos dela?"
A questão é que quando o homem pensa matar Deus,
somente mata a si mesmo, mata o fundamento último de sua própria dignidade.
Leio autores ateus tão lúcidos e inteligentes, partilho mesmo tantas percepções
deles e, no entanto, percebo em todos eles a lacuna, o rombo, o abismo
tremendo
de uma falta de sentido global para a existência... Sem Deus, sem a Realidade
última, onde e como alicerçar realmente a existência? É esta a questão, é este
o desafio. Só em Deus o Sentido global de tudo se descortina! Pois bem! Que os
cristãos, serenamente, tenham a coragem de proclamar sua fé, mesmo neste
Ocidente prepotente, emancipado e meio perdido..."
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