Por Emanuel Jr.
Não
é a minha melhor performance falar de cinema, analisar novela e séries e dar
uma de crítico dessa arte, na verdade não entendo absolutamente nada do
assunto, mas me senti levado a isso nos últimos dias ao ver a quarta temporada
da série Game of Thrones. Fiquem
tranquilos, não temos spoilers aqui.
Comecei
a ver a série por pura propaganda. Era tanta gente falando dela que me senti
envolvido pela propaganda boca a boca. Tenho que confessar que fiquei assustado
com os primeiros episódios da primeira temporada. Eu não esperava uma violência
daquela, mesmo com a propaganda.
Mas
o que mais me chamou a atenção é justamente o porquê dessa violência, seja
visual, seja psicológica, seja moral. Fui evoluindo na série e, episódio por
episódio fui percebendo como funcionou a cabeça do autor. É, eu tenho essas
coisas mesmo. No lugar de me envolver com a história fico pensando como foi
feito, o que está por trás, com pensou o autor.... Coisa de gente meio doida.
Confesso!
A total ausência de moral cristã marca a série. |
Mas
percebi que o autor, querendo ou não, imaginou um mundo de fantasias, sem dúvida,
e ambientado em uma possível idade média estereotipada , mas, sobretudo, um mundo
sem qualquer risco ou herança de moral cristã. Claro que seria impossível
pensar em um mundo sem moral cristã, portanto ele usou o que não poderia ser
retirado para causar mais violência psicológica ainda.
A
tal violência pra mim é algo permanente na série justamente devido à moral
cristã estar muito presente no que eu tenho como certo em minha vida. Assim,
temos horrores como relacionamento sexual entre irmãos, incestos dos mais
variados, orgias, total desprezo pela vida humana, luta pelo poder em um vale
tudo político em que as cabeças rolam sem qualquer discriminação. As lutas e
sangue escorrendo são meros detalhes. Tudo isso acontece nos deixando em um
ambiente de tensão, já que os personagens principais acabam morrendo e você
fica sem referência na série até entender que a referência mudou. Um sem número
de histórias acontecendo paralelamente em confluência com uma história central
também fazem um contexto muito bom.
A Patrulha da Noite com os cadáveres de quem lutou para proteger quem nunca saberá que foi protegido |
Toda
essa experiência de um mundo sem moral cristã, fez com que o Autor criasse um
único mundo possível sem essa moral que muitos querem destruir ultimamente: um
mundo de absoluta violência e maquiavélico no sentido literal da palavra (os
fins justificam sempre os meios).
Outra
coisa que me chamou muito a atenção é o celibato dos que cuidam da muralha: a
patrulha da noite. Eles são celibatários justamente para cuidar de algo que
está além do entendimento de quem está sendo protegido pela muralha de gelo.
Essa analogia me faz pensar em algo mais profundo. Ao que me lembro, no
juramento deles consta o celibato, justamente para não se verem responsáveis
particularmente por ninguém, mas sim por todos que estão depois da muralha e,
assim, poderem fazer o seu trabalho da melhor forma. Consta também que não tem
mais sobrenomes, títulos ou regalias. Afirma-se também que protegerão os que
nunca saberão que foram protegidos.
A muralha que divide o conhecido do desconhecido e que deve proteger a todos com a ajuda da Patrulha da Noite |
A
ideia da Patrulha da Noite é interessante analogamente em todos os pontos de
vista. São celibatários, ok. Perdem os títulos e sobrenomes, ok. Protegem o
mundo do que está além da muralha e é desconhecido, ok. Não são reconhecidos
pela proteção que realizam, muito menos pela vida que dispensam pra esse fim,
ok. São pessoas que muitas vezes não conseguem seguir seus votos, ok. E por aí
vai.
Muita
coisa que merece ser analisada mais a fundo. Muita analogia que foi feita e
muitas vezes não nos damos conta. Muita coisa a ver com nossa doutrina cristã e
os efeitos dela no mundo atual.
Vá assistir algo melhor..... Pf
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