Por Pedro Brasilino.
A Jornada Mundial da Juventude não
tem o objetivo de reinventar a roda. Em outras palavras, a sua realização não
deve ser confundida como um movimento distinto ou apartado da tradição da
Igreja. Desse modo, também não pode ser percebida como um marco isolado de ação
reformadora. De outro modo, se realmente cremos que o Espírito Santo realiza
tudo em todos, sendo a fonte ininterrupta de vivificação e inspiração para a
Igreja, teremos que admitir a razão para qualificar a JMJ como parte da
história do povo de Deus e do projeto de salvação.
A Jornada nasceu dentro de um
contexto, e é importante que tenhamos plena consciência dessa realidade.
“No dia 26 de
agosto deste ano, celebrou-se o 35º aniversário da eleição à cátedra de Pedro
do Papa João Paulo I. Na época, o Cardeal Albino Luciani era patriarca de
Veneza e escolhendo o nome de João Paulo I em homenagem a dois de seus
predecessores – os Papas João XXIII e Paulo VI – falecido 20 dias antes. Seu pontificado
durou somente 33 dias, João Paulo I foi encontrado sem vida na manhã de 28 de
setembro de 1978. Em sua única rádio mensagem, Urbi et Orbi, João Paulo I
reafirmou à Igreja que seu primeiro dever é o da evangelização. Em suas quatro audiências
gerais, abordou o tema da humildade, da fé, da esperança e da caridade.”
(Trecho da única rádio mensagem do Papa João Paulo I,
domingo, 27 de Agosto de 1978.)
Com esta fé,
prosseguiremos. A ajuda de Deus não nos faltará, segundo a promessa
indefectível: Eu estarei sempre convosco
todos os dias, até ao fim do mundo (Mt., 28, 20). A vossa correspondência
unânime e a solícita colaboração de todos aliviarão o peso do nosso múnus
quotidiano. Iniciamos esta tremenda missão, com a consciência do caráter
insubstituível da Igreja Católica, cuja imensa força espiritual é garantia de
paz e ordem, e, como tal, está presente no mundo, sendo como tal reconhecida. O
eco que a sua vida produz no mundo todos os dias é testemunho de que, apesar de
tudo, ela está viva no coração dos homens, mesmo daqueles que não partilham a
sua verdade e não aceitam a sua mensagem. Como disse o Concílio Vaticano II,
"destinada a estender-se a todas as regiões, a Igreja entra na história
dos homens, ao mesmo tempo que transcende os tempos e as fronteiras dos povos.
Caminhando através de tribulações, a Igreja é confortada pela força da graça de
Deus, que lhe foi prometida pelo Senhor, a fim de que, por causa da fraqueza da
carne, não se afaste da perfeita fidelidade, mas permaneça esposa digna do seu
Senhor e não cesse de renovar-se sob a luz do Espírito Santo, até que, por meio
da Cruz, chegue à luz que não conhece ocaso" (Lumen Gentium, 9). Segundo o
plano de Deus, que "convocou todos aqueles que olham com fé para Jesus,
autor da salvação e princípio de unidade e de paz", a Igreja foi
constituída por Ele, "a fim de ser para todos e para cada um o sacramento
visível desta unidade salvífica".
Após o pontificado relâmpago de
pouco mais de um mês de Albino Luciani,
numa segunda-feira, 16 de Outubro de 1978, foi anunciada a eleição do novo Sumo
Pontífice, Karol Wojtyła, com o nome João Paulo II, 264° Papa da Igreja
Católica. No dia seguinte, 17 de outubro, proferiu a sua primeira rádio
mensagem Urbi et Orbi:
Oh profundidade da sabedoria e da ciência de Deus!
Quão imperscrutáveis são os seus juízos e inacessíveis os seus caminhos! (Rom.
11, 33). De fato, quem poderia prever, depois da morte do
inolvidável Paulo VI, também o prematuro desaparecimento do seu amável sucessor
João Paulo I? E como poderíamos Nós prever que a formidável herança deles
passaria para os Nossos ombros? Por isso, devemos meditar sobre o misterioso
desígnio de Deus, providência e bondade, e não já para compreender mas sim para
adorar e orar. Sentimos, na verdade, dever repetir a invocação do Salmista que,
levantando os olhos, exclamava: Donde me virá o auxílio? O meu auxilio vem do
Senhor (Sl. 120, 1-2).
O pontificado de João Paulo II foi marcado por muitos
acontecimentos de grande peso na história da humanidade, entres esses fatos cabe
um destaque para as questões políticas e econômicas. Sua maneira de fazer e
dizer fizera com que se tornasse uma referência nos diversos temas.
Aconteceu
que entre 1982 e 1984 o Papa se reuniu com vários grupos jovens que
peregrinaram até Roma. Foi então que em 1984 celebrou-se na Praça São Pedro, no
Vaticano, o Encontro Internacional da Juventude, por ocasião do Ano Santo da
Redenção. Na ocasião, o Papa entregou aos jovens a Cruz um dos principais símbolos
da JMJ. Em 1985 o João Paulo II escreve a Carta Apostólica aos jovens e do
mundo por ocasião do Ano Internacional da Juventude.
Trecho
da Carta, supracitada:
"Estejam sempre prontos
a dar razão da vossa esperança a quem vós pedir." ( 1 Pedro 3: 15). Estes
são os votos que dirijo a vocês, jovens. O ano de 1985 foi proclamado pelas
Nações Unidas como o Ano Internacional da Juventude. Em primeiro lugar isto é
de grande importância para vós, para todas as gerações, para cada pessoa, para
as comunidades e para a sociedade. É também de particular importância para a
Igreja, enquanto depósito de verdades e valores. [...] Igreja atribui especial
importância ao período da juventude como uma etapa fundamental na vida de cada
homem.”
O
Encontro Internacional dos Jovens em Roma realizou-se em março e no mesmo ano o
Papa anunciou a instituição da Jornada Mundial da Juventude. Desde então o
evento se realiza diocesanamente todos os anos e internacionalmente com
intervalos de 2 ou 3 anos.
A
JMJ tem um história dentro da história da Igreja, assim já foram 28 jornadas,
11 países, 3 pontífices etc. Que o Senhor no auxilie para que possamos sempre
servir a sua Santa Igreja, confiantes que somos herdeiros de um projeto de
salvação que é inspirado pelo seu Divino Espírito.
Referências:
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