Por Evelyn
Mayer
Às vésperas do Natal
observo que ainda há grupos que queiram tirar o Papai Noel de cena. Uns alegam
que o Bom Velhinho tira a real sacralidade da festa; outros querem retirá-lo
por sacralizá-la. Exageros pautados em puritanismos, preconceitos e falta de entendimento.
É verdade que o
comércio aproveitou-se da imagem do Papai Noel para fazer desta época uma
oportunidade de lucro. Também se utiliza do Coelhinho da Páscoa para o mesmo
fim. Porém, precisamos analisar se realmente estes símbolos são assim tão
"maus" que devam ser extintos.
São Nicolau |
A ideia do Papai
Noel, embora inspirada em S. Nicolau, é uma caricatura da história do santo, um
santo tão querido do Ocidente e do Oriente. Reza a história que S. Nicolau era
um homem rico, e que três moças da redondeza desejavam casar-se, mas não tinham
dinheiro. Ao ouvir os lamúrios que faziam da janela, Nicolau depositou na noite
de Natal uma bolsa cheia de moedas de ouro, o que permitiu às moças condições
de conseguirem marido. Daí vem a "lenda" de colocarmos o sapatinho na
janela. S. Nicolau também é lembrado por ser o protetor das crianças e
auxiliador dos pobres.
Contudo, há uma onda
de muitos puritanos em que falar do Papai Noel é retirar o verdadeiro sentido
do Natal. Nada mais mentiroso. E explico o porquê.
Primeiro que todos
sabem que o Natal só existe graças ao nascimento de Cristo, assim como a Páscoa
só existe graças à Sua Ressurreição. Mesmo que o comércio fale
sobremaneiramente dos símbolos, a essência destas festas sempre será cristã. O
aniversariante é Cristo e cabe aos pais explicar sobre este real sentido. Não é
o comércio quem estará preocupado com isso, porque são os pais quem introduzem nos filhos os valores morais
e éticos. A escola e a sociedade só trabalhará a partir do que a criança já
tem. Não é dever deles ensinar, e sim, da família.
Cabe lembrar também
que o Papai Noel é um símbolo cristão que influência a todos. A
bondade e a
misericórdia estão presentes no Bom Velhinho, principalmente na assistência às
crianças carentes que ficam radiantes com os presentes encontrados. Ele também
nos lembra a vida abundante que Deus no dá, as alegrias que o Natal nos
representa. Ele reflete as características da personalidade cristã. Sem contar
que o uso desta imagem pode incitar nas crianças o desejo pela obediência.
Os símbolos sempre
se fizeram presentes na fé católica. E o Natal está repleto deles: na
guirlanda, na árvore, nos enfeites... Como isto pode ser excluído em nome de
falácias que estes símbolos descontroem o nascimento de Cristo, se eles
remontam, relembram, mencionam ao próprio Cristo?
O conceito de usar
metáforas para dar uma moral é pedagógico e eficiente. Todas as fábulas têm em
si um fundo moral. Se olharmos as origens dos contos de fadas e das fábulas,
veremos que eles nasceram para os adultos. Com o tempo foram introduzidos para
as crianças. Se estudarmos a origem dos contos e das fábulas, por ex., veremos
que as histórias tratavam da realidade histórica e social da época. A primeira
fábula que se tem notícia é a fábula do corpo e o estômago (Fábulas de Esopo).
Em miúdos, o corpo resolveu rebelar-se contra o estômago, que nada fazia e
ficava com a melhor parte: a comida. Porém, o corpo enfraqueceu. Então o corpo
entendeu que o trabalho do estômago era diferente da do corpo. Assim voltou a
comer. Sabem para quem esta fábula foi contada? Para escravos na Grécia,
justificando seu trabalho para o Rei. Portanto as fábulas, todas elas, trazem
um fundo moral, um sentido para a vida, para algo que se queira ensinar. O
mesmo acontece com as fábulas chinesas, sempre cheias de moral e que se fazem
presentes em filmes, livros...
Se pegarmos os
clássicos literários, veremos que muito foi adaptado conforme a evolução
histórica. A entrada do Caçador,
valorizando o papel do Camponês no conto de Chapéuzinho Vermelho, só foi
introduzido pelos Irmãos Grimm. E por que? Porque as fábulas e os contos
mostram a evolução moral que a sociedade teve, e muito graças à Igreja durante
a Romanização. Portanto ficar demonizando as fábulas e os contos é ver chifre
em cabeça de cavalo, além de ser uma atitude violenta invadir a inocência de
uma criança por causa de uma cisma com o velhinho.
Jesus utilizava
parábolas com seus discípulos e todas tinham o objetivo de ensinar algo. É
verdade que as parábolas diferem-se das fábulas, pois elas partem de algo real
para o sobrenatural, ao contrário das fábulas, que partem do fantasioso para o
real. Contudo, ambas são associações, assimilações, metáforas que tem o
objetivo de ensinar, de mostrar algo, de construir um pensamento, de filosofar.
A própria Bíblia se
utiliza de metáforas e nem por isso a achamos mais ou menos sacra. O livro do
Cântico dos Cânticos, por ex., é poesia repleta de metáforas que falam do amor
esponsal de Deus por Sua Igreja. E se na fé existem símbolos e metáforas que
nos auxiliam a associar o Divino, por que excluiríamos as fábulas para auxiliar
no processo cognitivo, filosófico e formador da criança? Por puro puritanismo?
Por favor!!!
Deixem o Bom
Velhinho em paz. Chega de santanizá-lo por nada!
Ola!
ResponderExcluir"Se você for olhar os jornais brasileiros do início do século XX, no período do Natal, você encontrará referências ao presépio(...) não se fala em Papai-Noel", diz o pesquisador, que lembra que nos dias atuais o presépio praticamente sumiu dos meios de comunicação".
Na Europa se celebra dia 6 de Dezembro o dia de São Nicolau, mas não tem nada ver com o Natal. São Nicolau é um simbolo Cristão sim porque era um bispo Católico e Papai Noel é o que??? Na Europa na época de comunismo os ateus e comunistas não celebravam nem o dia de são Nicolau nem o Natal, mas tinham uma figura que se chamava Papai Noel. Vestido dele era marrom porque a cor vermelha de Papai Noel que conhecemos hoje é por causa de comercial de Coca-Cola. É bom primeiro pesquisar a criação do Papai Noel. Se Papai Noel fosse verdadeiro simbolo Cristão então as igrejas seriam lotadas, mas podemos ver outra realidade - a descristianização de Natal.
Nós Cristãos precisamos tomar cuidado para que o Natal que celebramos seja uma festa em honra a Deus.
Crianças precisam aprender que a figura central do Natal não é o Papai Noel, mas o “totalmente amável e digno” Jesus Cristo, Filho de Deus, nosso Salvador!
Também não há nada errado em dar e receber presentes, mas é preciso compreender que Jesus nos deu o maior presente de todos: o dom da Vida Eterna! E espera que retribuamos com todo nosso amor a Ele.
Feliz Natal e prospero Ano Novo!!!
Antun
Antun, obrigada por participar.
ResponderExcluirA imagem do Papai Noel está ligada a São Nicolau. É fato que até o final do século XIX, o bom velhinho era vestido de marrom e verde, mas a partir de 1886, o cartunista alemão Thomas Nest passou a 'vesti-lo' de branco, vermelho e cinto preto. Esta última imagem passou a ser adotada pela Coca-Cola somente em 1931.
Chamar o Papai Noel de símbolo cristão não é dar a ele o sentido do Natal, mas é dizer que sua imagem em nada choca o sentido do Natal, se adotada positivamente. E este sentido positivo quem deve dar são os pais, explicando aos filhos quem é Cristo e a importância de comemorar o Seu aniversário. Que Cristo é o centro da festa. O mesmo vale para outros símbolos natalinos, como árvores, bolas, guirlandas... É neste sentido que o texto se refere, e não como objetivo dessacralizar o Natal.
Boas festas.