Por Sávio Laet
A unção é um mistério. Cristo, do grego χριστός (khristós),
significa ungido. Por isso, no começo do cristianismo, dizia-se cristão, não
propriamente aquele que “seguia” a Cristo. Na verdade, muitos “seguiram” Jesus:
Judas e toda uma multidão que depois pediu a sua crucificação. No princípio do
cristianismo, dizia-se cristão, quem participava da unção de Cristo. Neste
sentido, já no século III, São Cirilo, Bispo de Jerusalém, afirmava aos recém-batizados
e crismados: “Feitos, pois, partícipes de Cristo, não sem razão, sois chamados
cristos (...) vós vos tornastes cristos (...)”[1].
Antes dele ainda, no século II, São Teófilo, Bispo de Antioquia, explicava a um
pagão: “Nós nos chamamos cristãos porque nos ungimos com o óleo de Deus”[2]. A
bem da verdade, os cristãos não recebem uma unção diversa da de Cristo. Eles
participam da Unção do próprio Cristo. Tentemos entender este pensamento dos
primeiros padres. O Salmo 133 (132)
fala de como é bom a irmãos viverem juntos. E quando quer descrever esta união,
fá-lo da seguinte forma: “É como óleo fino sobre a cabeça, descendo pela barba,
a barba de Aarão, descendo sobre a gola de suas vestes” (Sl 133 [132], 2). Pois
bem, Orígenes, grande escritor cristão que viveu no século III, aproveitando
este Salmo, afirma que o cristianismo nasce da unção que desce de Cristo Cabeça
para o seu Corpo, constituindo-o e vivificando-o, enquanto pelo “bom odor” (II
Cor 2, 15) desta unção, pelo “seu perfume” (II Cor 2, 14), torna agradável aos
irmãos viverem juntos:
Por isso,
sendo Cristo ‘cabeça da Igreja’ (Cl 1, 18), a ponto de Cristo e a Igreja
formarem um só corpo, o ‘óleo fino derramado sobre a cabeça’, desceu ‘pela
barba, a barba de Aarão’, tipo do homem perfeito, e este óleo chegou descendo
‘sobre a gola de suas vestes’ (Sl 133, 2).[3]
Ora, o sacerdote Aarão representa Cristo, nosso Sumo Sacerdote, e a barba
de Aarão, sua gola, suas vestes representam, de algum modo, a Unção de Cristo
descendo sobre o Seu Corpo Místico, que é a Igreja. Mas o que é esta unção, de
tão bom odor, de perfume sem igual, que nos une, nos congrega e nos faz Igreja?
Santo Ireneu, no século II, ao explicar a passagem do Evangelho de São Lucas
(Lc 4, 18) na qual Nosso Senhor retoma um texto do profeta Isaías, afirma que
quando dizemos, Cristo, esta palavra nos remete a três realidades: aquele que ungiu,
aquele que foi ungido e a própria unção. E afirma ainda: quem ungiu é o Pai, o
ungido é o Filho e a unção é o próprio Espírito Santo. Nas suas palavras:
O nome de
Cristo, com efeito, indica alguém que ungiu, aquele que foi ungido e a própria
unção: quem ungiu é o Pai, quem foi ungido é o Filho, que o foi no Espírito,
que é a unção. Como diz o Verbo pela boca de Isaías: ‘O Espírito de Deus está
sobre mim, porque me ungiu’, indicando ao mesmo tempo o Pai que ungiu, o Filho
que foi ungido e a própria Unção que é o Espírito.[4]
Destarte, é esta Unção que faz a Igreja, que nos une a Cristo, que nos
torna cristãos, que nos torna cristos e, finalmente, que nos insere na comunhão
trinitária. De fato, não sendo esta Unção outra que não a de Cristo, uma vez
que a Unção de Cristo é o próprio Espírito Santo, temos que quem nos faz
cristãos e igreja é o Espírito Santo. E há mais. Como a unção do Senhor é um
evento trinitário, tornados membros de Cristo pelo Batismo, somos inseridos no
mistério da Trindade, porque Cristo é inseparável da Trindade. Com efeito, quem
diz Cristo, diz toda a Trindade, porque quem unge é o Pai, o ungido é o Filho e
a unção é o próprio Espírito Santo. Para isso já apontava São Basílio, Bispo de
Cesaréia, no século IV:
Ora, nomear
a Cristo é confessar a todos, pois designa a Deus que unge, ao Filho que foi
ungido, e a unção que é o Espírito Santo. Assim ensinou Pedro, segundo os Atos:
“Jesus de Nazaré, Deus o ungiu com o Espírito Santo”.[5]
Esta teologia já estava presente nos padres latinos. São Paulo dizia aos
cristãos de Roma: “(...) recebestes um espírito de filhos adotivos, pelo qual
clamamos Abba! Pai! O próprio
Espírito se une ao nosso espírito para testemunhar que somos filhos de Deus”
(Rm 8, 15-16). De sorte que o conhecimento que temos de Deus pelo Espírito
Santo é distinto do conhecimento natural e mesmo teológico que podemos alcançar
do Altíssimo. É um conhecimento essencialmente trinitário, filial e amoroso.
Celebra Agostinho:
Uma coisa é
considerar Deus enquanto Deus, e outra é considerar Deus enquanto Pai. Quando
considerais Deus enquanto Deus, considerais o criador, o onipotente, o espírito
perfeitíssimo, eterno, invisível, imutável. Quando considerais Deus enquanto
Pai, tem de se considerar também o Filho. Deus não pode considerar-se Pai, se
não tem o Filho, nem pode considerar-se Filho se não tem Pai.[6]
O cristianismo é, assim, um evento trinitário desde a sua origem. A
Igreja é um acontecimento trinitário desde a sua fundação. Ela é obra da
Trindade, porque nos insere no mistério do Deus Trino. É muito importante notar,
então, que o cristão não é aquele que admira a Cristo, que tenta imitá-lo
enquanto “humanista”, mas sim quem tem o Espírito de Cristo. Di-lo-á o Apóstolo:
“(...) quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a ele” (Rm 8, VIII).
Mas
quem é o Espírito Santo? São seus dons (Is 11, 1-2), seus carismas (I Cor 12),
seus frutos (Gal 5, 22-23)? Não! Para tentarmos vislumbrar quem é esta pessoa, mister
é que nos adentremos no seio da Trindade. Ora, nesta vida, só há um modo de
“ver” a Trindade. Di-lo-á Santo Agostinho: “Pois bem, sim, tu a vês, a
Trindade, se vês a caridade”[7].
Desde toda a eternidade, o Pai só sabe fazer uma coisa, a saber, ser Pai, isto
é, amar o Filho, gerando-O. Por outro lado, deste toda a eternidade o Filho só sabe
ser Filho, ou seja, amar o Pai que O gera. Há, pois, algo no Pai que é
incomunicável, vale dizer, a Sua paternidade. De sorte que o Pai não pode
deixar de ser Pai. Por isso, Ele subsiste, é uma pessoa. Outrossim, o Filho não
pode deixar de ser Filho. A Sua filiação é, portanto, incomunicável. Por isso
também Ele subsiste, é uma pessoa. De sorte que nem o Filho pode ser o Pai e
nem o Pai pode ser o Filho. Sabélio estava deveras enganado.
Mas
em todo amor – assevera o Doutor de Hipona – precisamos distinguir três
realidades: “(...) o que ama, o que é amado e o mesmo amor”[8]. E
ainda: “São portanto três os elementos: o que ama, o que é amado e o amor”[9]. Ora,
já sabemos que quem ama é o Pai e que o amado é o Filho, o qual, obviamente,
também ama o Pai enquanto Filho. Agora bem, quem é, então, o amor que procede
do Pai e do Filho? As Sagradas Letras dizem por duas vezes: “Deus caritas est
(Deus é amor)” (I Jo 4, 8 e 16), e é claro que isto se aplica às três pessoas.
Entretanto, mais propriamente, quem é o amor subsistente? Não há que se negar:
é o Espírito Santo. É ele aquele “terceiro elemento” que faltava. Ele é o Amor
do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai. Pelo que conclui o Bispo de Hipona:
“Pode-se concluir, então, que o Espírito Santo é o Deus-Amor”[10].
E ratifica que, na passagem de São João, o evangelista refere-se propriamente
ao Espírito Santo: “Refere-se, portanto, ao Espírito, onde se lê: ‘Deus é Amor’”[11].
Mas
demos um passo a mais. No término de sua Oração
Sacerdotal, Nosso Senhor diz algo inaudito: “(...) a fim de que o amor com
que me amaste esteja neles (...)” (Jo 17, 26). Em outras palavras, Nosso Senhor
pede ao Pai para que o Amor com que Ele (i.é., o Pai) O ama, vale lembrar, o
Espírito Santo, esteja nos seus. Ora, isto realmente ocorreu. Celebra São
Paulo: “(...) o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito
Santo que nos foi dado (...)” (Rm 5, 5). De fato, este Amor, que procede do
Pai, que gera, e do Filho, que é gerado, agora está em nós, em nossos corações.
E este Amor incriado cria em nós um amor criado, porém, sobrenatural, qual
seja, a virtude infusa da caridade, pela qual livremente amamos a Deus por Deus
e ao próximo por Deus.
Todavia,
o que é o amor e qual o seu efeito próprio?
Responde o santo Bispo, numa pergunta retórica: “O que é, portanto, o
amor, senão uma certa vida que enlaça dois seres (...)?”[12].
Pois bem, este é, por assim dizer, o principal efeito da caridade que o
Espírito Santo difunde em nossos corações, a ponto de sabermos que temos o
Espírito se permanecemos em Deus e Deus em nós: “Nisto reconhecemos que
permanecemos nele e ele em nós: ele nos deu seu Espírito” (I Jo 4, 13). De modo
que o Espírito Santo, o Amor em pessoa, por meio do hábito infuso da caridade,
enlaça-nos ao Deus Trino, une-nos a Deus, faz Deus habitar em nós e faz com que
nós participemos daquele vínculo inefável da Trindade:
A caridade,
portanto, que vem de Deus é Deus, é propriamente o Espírito Santo, pelo qual é
difundido em nossos corações o amor de Deus, mediante o qual, toda a Trindade
habita em nós.[13]
Ademais, é este Amor que nos une uns com os outros, quando todos estamos
em comunhão com a Trindade. É o Espírito Santo quem faz a Igreja, ao nos tornar
partícipes do enlace indizível do amor trinitário. Destarte, não é que a Igreja
possua uma unidade, a Igreja é uma unidade, um enlace de amor, uma união vital
entre Deus e os homens e os homens e Deus, e o autor desta comunhão é Deus
mesmo, o Espírito Santo. Tanto é assim, que o Doutor de Hipona, num Sermão sobre o Evangelho de São João, diz com meridiana clareza: “Se amamos a
Igreja, temos o Espírito Santo. E amamo-la se persistirmos na sua união e
caridade”[14].
Mas como era o relacionamento entre Cristo e o Espírito Santo? Santo Ireneu,
Bispo de Lião, no século II, dizia que o Espírito Santo desceu sobre o Filho do
Homem para acostumar-se a viver entre os homens, para familiarizar-se a habitar
neles. Do Espírito, diz ele: “Eis a razão por que ele desceu também no Filho de
Deus, feito filho do homem, acostumando-se com ele a habitar nos homens e
repousar entre eles, a habitar nas criaturas de Deus (...)”[15].
São Basílio, por sua vez, no século IV, afirmava que o Espírito Santo era o
companheiro inseparável de Nosso Senhor:
Em primeiro
lugar, estava junto da carne do Senhor, enquanto unção, e dele sendo
inseparável (...). (...) Em seguida, em toda a atividade de Cristo o Espírito
estava presente. Estava também por ocasião da tentação do diabo. (...)
Mantinha-se inseparável de Jesus quando este fazia os milagres. (...) O
Espírito não o deixou após a sua ressurreição.[16]
Na Igreja primitiva não foi diferente. O Espírito estava presente em tudo
e atuante. Nos Atos, participou das decisões do Concílio de Jerusalém: “(...)
pareceu bem ao Espírito Santo e a nós (...)” (At 15, 28). Paulo e Timóteo foram
“(...) impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia. Chegando
aos confins da Mísia, tentaram penetrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus não
permitiu.” (At 16, 6 e 7). O Espírito separava os missionários: “Disse-lhe o
Espírito Santo: ‘Separai para mim Barnabé e Saulo, para a obra à qual os
destinei’.” (At 13, 2). Conduzia cada fiel: “Disse então o Espírito a Filipe:
‘Adianta-te e aproxima-te da carruagem’”. (At 8, 29). Em uma palavra, a Igreja
nascente era uma Igreja guiada pelo Espírito Santo.
Esta realidade mudou? Certamente não, uma vez que São João no-lo afirma:
“(...) a unção que recebestes dele (i.é., de Cristo) permanece em vós” (I Jo 2,
27). De fato, a Igreja continua sendo conduzida pelo Espírito Santo como
outrora. Como o foi de Nosso Senhor e dos primeiros cristãos, o Espírito
prossegue sendo o companheiro inseparável da Igreja pelos séculos. Aliás, a promessa
desta assistência perene é do próprio Senhor: Ele (i.é., o Espírito Santo)
“(...) permanecerá convosco para sempre” (Jo 14, 16). Com efeito, como em
Cristo o Espírito Se sentiu à vontade entre os homens, assim na Igreja de
Cristo, por ela e nela o Espírito continua acostumando-se a habitar em cada
homem e a repousar entre eles. De sorte que é pela e na Igreja que Deus nos dá
o Espírito Santo. Já no século II, Santo Ireneu afirmava sem pestanejar: “Onde
está a Igreja, aí está o Espírito de Deus, e onde está o Espírito de Deus ali está
a Igreja e toda a graça”[17]. Em
outras palavras, o Espírito habita na Igreja e a Igreja habita no Espírito. São
inseparáveis! Por isso, estar em comunhão com o Espírito é estar em comunhão
com a Igreja e estar em comunhão com a Igreja é estar em comunhão com o
Espírito.
No entanto, para entendermos melhor esta estreita solidariedade entre a
Igreja e o Espírito, temos que compreender que a Igreja é um prolongamento de
Cristo. Com efeito, só somos cristãos na medida em que somos ungidos, uma vez
que Cristo significa ungido. E como não há outra unção senão a Unção de Cristo,
que é o Espírito Santo, só somos Igreja na medida em que temos o Espírito de
Cristo. De fato, o mesmo Espírito Santo que esteve em e com Nosso Senhor é o
que está em nós e conosco. É a mesma Unção. Sim, nós recebemos a Unção de
Cristo. De modo que hoje o Cristo total é: Nosso Senhor, nossa Cabeça, e nós,
Sua Igreja, Seus membros. Portanto, O Ungido total é: Nosso Senhor, O Ungido, e
a Sua Igreja, partícipe da Sua Unção. Celebra Santo Agostinho:
Daí se vê
que somos o corpo de Cristo (Christi corpus nos esse),
porque todos somos ungidos (quia omnes ungimur).
E todos nele somos de Cristo, e somos Cristo (Christus
sumus), porque de certo modo o Cristo total é Cabeça e corpo (totus Christus caput et corpus est).[18]
Agora faz todo sentido: como pode haver Unção, se não estamos inseridos
no Corpo místico do UNGIDO? E o que é este Corpo, senão a Igreja? Num Sermão
sobre o Evangelho de São João, Santo Agostinho é taxativo: “Quem não está em
Cristo, não é Cristão (Qui in Christo non est, christianus non est)”[19].
Mas estar em Cristo é estar na Igreja, que é o Corpo de Cristo. Daí o Doutor de
Hipona dizer noutro Sermão: “Cristo é
a cabeça do corpo místico, e não deixa de estar também no corpo. Cristo está
todo na cabeça e no corpo”[20].
Numa Carta endereçada a Bonifácio,
que estava preocupado com a influência dos hereges donatistas, o Santo Doutor é
ainda mais claro:
(...) não busquem o Espírito Santo, a não ser
no Corpo de Cristo [non quaerant Spiritum sanctum,
nisi in Christi corpore]. Só a Igreja Católica é o Corpo de Cristo [Ecclesia catholica sola corpus est Christi]. Fora
deste corpo, a ninguém vivifica o Espírito Santo [Extra
hoc corpus neminem vivificat Spiritus sanctus] (...). Não têm, pois, o Espírito
Santo, os que estão fora da Igreja [Non habent itaque Spiritum sanctum, qui
sunt extra Ecclesiam].[21]
Noutro Sermão, Santo Agostinho volta-se para o seu rebanho e afirma a
mesma coisa valendo-se duma analogia forte: assim como o homem resulta da união
de alma e corpo, e um corpo sem alma não é mais um corpo e sim um cadáver,
assim o Corpo de Cristo, se fosse possível imaginá-lo sem o Espírito de Cristo,
não seria mais o Corpo de Cristo. Neste sentido, se diz com razão que a Igreja
vive do Espírito Santo. Mas, por outro lado, assim como o homem não é um
espírito puro e o espírito do homem, ao menos neste mundo, não pode viver senão
animando um corpo humano, assim o Espírito Santo não age e não vivifica senão o
Corpo de Cristo. Neste sentido, o Espírito de Cristo não habita a não ser na
Igreja de Cristo, que é o Corpo de Cristo. É uma analogia, mas diz algo do
mistério:
Quem quiser
viver do espírito de Cristo, faça-se corpo de Cristo. Só o corpo de Cristo pode
viver do espírito de Cristo. Entendei o que eu disse, meus irmãos. Vós sois
homens; tendes o espírito e tendes corpo. Tendes espírito a que se chama alma,
e é por esta que sois homens. Sois compostos de alma e corpo. (...) Que
responde o que vive? Sim, é o meu corpo que vive do meu espírito. Quereis
também viver do Espírito de Cristo? Permanecei no corpo de Cristo. O meu corpo
viverá do vosso espírito? O meu corpo vive do meu espírito, e o vosso corpo
vive do vosso espírito. O corpo de Cristo não pode viver senão do espírito de
Cristo. Quem quer viver, tem onde viva, e tem donde viva.
Aproxime-se, acredite, incorpore-se para ser vivificado. (...) Una-se ao corpo,
viva para Deus, e viva de Deus.[22]
Noutro Sermão ainda, o Santo Doutor fala de cada membro em particular. Da
mesma forma que o corpo não pode viver sem a alma, também nenhum membro separado
do corpo pode ser vivificado pela alma que anima aquele corpo do qual se
separou. Por exemplo, se sua mão ou qualquer outro membro for separado do seu
corpo, seca. Analogamente, nenhum fiel pode continuar a ser vivificado pelo
Espírito, *exceto para converter-se, se for cortado do Corpo de Cristo, que é a
Igreja. A bem da verdade, separado do Corpo de Cristo, nenhum “fiel” pode
dizer-se propriamente cristão, pois só se é cristão quando se participa da
Unção de Nosso Senhor, que é o Espírito Santo, o qual não anima senão a Igreja,
Corpo de Cristo:
Eu digo que
o vosso espírito é a vossa alma. Esta só vivifica os membros que estão na vossa
carne. Se cortais um só que seja, já este não é vivificado pela vossa alma,
porque já não faz parte da unidade do vosso corpo. Disse-vos isto, para que
amemos a unidade e receemos a separação. O cristão nada deve recear tanto como
ser separado do corpo de Cristo. Se chega a separar-se do corpo de Cristo, não
é seu membro; se não é seu membro, não é animado pelo seu Espírito.[23]
Agora bem, é claro que o fato de estarmos na Igreja não nos desobriga de
buscarmos estar mais unidos a Cristo e de estarmos, assim, ainda mais repletos
do Espírito de Cristo, pelo que ainda hoje podemos ouvir a exortação de São
Paulo às igrejas: “(...) não entristeçais o Espírito Santo de Deus (...)” (Ef
4, 30), “Não extingais o Espírito (...)” (I Ts 5, 19). Sempre o Bispo de Hipona
nos socorre. Ele fala claramente de um ter e não ter o Espírito Santo. Pode-se
ter o Espírito Santo, mas não O ter como se deve, isto é, abundantemente. Por
isso, é importante que não só quem não O tenha peça-O para recebê-LO, mas
também que quem já O tenha peça-O para tê-LO mais abundantemente. Por isso, acerca do Espírito Santo na vida
dos discípulos antes de Pentecostes, afirma o Doutor de Hipona:
Tinham e não
tinham. Não o tinham na medida em que haviam de ter. Tinham, numa medida mais
restrita, aquele que havia de lhes ser dado numa medida maior. (...) Portanto,
o Espírito Santo é prometido ao que não o tem. E não é em vão que é prometido
também ao que já o tem. Ao que não o tem, é prometido para que o tenha, e ao
que o tem, é prometido para que o tenha mais abundantemente.[24]
Assim sendo, não devemos nos despreocupar de pedir o Espírito Santo para
a nossa santificação, para que nos tornemos mais Igreja, para que estejamos
mais estreitamente unidos a Cristo. Santo Tomás expressa isso dum modo
maravilhoso. Para ele, todo ato de cada fiel deve ser feito sob a moção do
Espírito, isto é, deve provir do Espírito. Num texto pouco conhecido do grande
público, o Santo Doutor faz sugestiva analogia, de resto, consagrada pela
Tradição:
De fato,
assim como na vida corporal o corpo não é movido senão pela alma pela qual
vive, assim na vida espiritual todo movimento deve ser do Espírito Santo.[25]
Isto não quer dizer, em absoluto, que o Espírito Santo tire a liberdade
de nossos atos, como se Ele próprio agisse em nós como em robôs, mas, criando em nós o hábito da caridade, faz
com que a nossa vontade seja capaz de agir conforme a vontade de Deus.
Pensemos, agora, que a Igreja como Corpo de Cristo é um mistério
pneumático. Com efeito, diz-nos São Paulo: “(...) fomos todos batizados num só
Espírito para ser um só corpo (...)” (I Cor 12, 13). Sim, é o Espírito que nos
torna cristãos, que nos torna Igreja e nos faz Corpo de Cristo. Aos seus, dizia
São Basílio: “E não constitui obra do Espírito, de maneira evidente e sem
contradição, a boa organização da Igreja?”[26]. Ora,
como todo corpo vivo é dotado dum princípio de vida que o anima, também a
Igreja tem o seu princípio de vida: o Espírito Santo. É Ele quem realiza aquela
união vital que faz com que a Igreja se torne uma só pessoa mística com Cristo.
O Espírito é a vida da Igreja. É o Espírito Santo que torna a Igreja um Corpo.
O Espírito é, pois, a alma da Igreja. De fato, sem o Espírito Santo, não há
Igreja, porque é o Espírito Santo quem faz a Igreja, isto é, um corpo vivo e
coeso e não um mero agregado de homens. Como um corpo sem alma é morto, assim a
Igreja sem o Espírito Santo seria morta. Como um corpo sem alma não é mais um
corpo, mas sim um cadáver, assim a igreja, sem o Espírito Santo, seria uma
igreja cadavérica. Na verdade, melhor seria dizer: não há Igreja sem o
Espírito, como não há propriamente corpo humano sem alma. Santo Agostinho é
claríssimo:
O que a alma
é para o corpo humano, o Espírito é para o Corpo de Cristo, que é a Igreja (Quod autem est anima corpori hominis, hoc est Spiritus
Sanctus corpori Christi, quod est Ecclesia). O Espírito Santo faz em
toda a Igreja o que a alma faz em todos os membros de um só corpo (hoc agit Spiritus Sanctus in tota Ecclesia, quod agit anima
in omnibus membris unius corporis).[27]
Santo Tomás não é menos claro:
Observamos
que em cada homem há uma só alma e um só corpo, mas muitos membros. Assim
também a Igreja Católica é um só corpo com muitos membros. A alma que vivifica
este corpo é o Espírito Santo (Anima
quae hoc corpus vivificat, est spiritus sanctus).[28]
A propósito, o Doutor Comum vai mais longe. Querendo expressar que é o
Espírito quem torna a Igreja um corpo vivo, que a faz palpitar, vicejar e
pungir, afirma que, no Corpo Místico de Cristo, o Espírito Santo faz as vezes
do coração:
Assim o
Espírito Santo, que vivifica e une invisivelmente a Igreja (qui invisibiliter
Ecclesiam vivificat et unit), é comparado ao coração (cordi comparatur Spiritus
Sanctus)”.[29]
Sim, o Espírito Santo é o coração da Igreja.
Mas o Espírito derrama em nossos corações a caridade, o
amor (Rm 5, 5). E o amor nos une. Com efeito, em todo amor, se há amor, há uma
espécie de casamento, no qual dois se tornam um, sem que cada qual deixe de ser
o que é. Volvemos a uma passagem já citada do Bispo de Hipona: “O que é,
portanto, o amor, senão uma certa vida que enlaça dois seres (...)”?[30] Noutra passagem da mesma obra, ratifica: “(...) o amante e o que é
amado fazem um só”[31]. Ora, a Igreja surge justamente deste enlace vital e amoroso de
Cristo com os seus, fazendo deles uma só pessoa
mística, mas sem que um deixe de ser Deus e outro deixe de ser criatura.
São Paulo afirma: “(...) aquele que se une ao Senhor, constitui com ele um só
espírito” (Co 6, 17). E, ao falar do matrimônio, o Apóstolo explica aos de
Éfeso: “Por isso deixará o homem seu pai
e sua mãe e se ligará à sua mulher, e
serão ambos uma só carne. É grande este mistério: refiro-me à relação entre
Cristo e sua Igreja.” (Ef 5, 31-32). De fato, é precisamente por realizar, de
algum modo, aquela união que acontece entre Cristo e a Igreja, que o matrimônio
é um sacramento indissolúvel, como indissolúvel é a união de Cristo e a Igreja.
Esta imagem é reforçada quando, na Primeira Epístola aos Coríntios, o Apóstolo
fala de Cristo como sendo “(...) o último Adão (...)” (I Cor 15, 45). A
Tradição, ao refletir que Eva fora feita a partir da costela de Adão adormecido
(Gn 2, 21-22) e que, unindo-se a Adão, tornou-se uma só carne com ele (Gn 2,
24), concluiu, iluminada pelo Espírito Santo, que, sendo Cristo o “novo Adão”,
a nova Eva não poderia ser outra senão a Igreja, a qual nasceu do lado aberto
de Cristo adormecido na Cruz. De fato, a Igreja nasce quando, do lado aberto de
Cristo, jorram sangue e água (Jo 19, 34), símbolos dos sacramentos. A Igreja
nasce de Cristo e nasce sacramental, nasce da água regeneradora do Batismo e da
Eucaristia. Santo Agostinho propõe a analogia com meridiana clareza:
Cristo uniu-se à Igreja, para serem uma só carne. (...) Adão dorme
para se formar Eva; Cristo morre para se formar a Igreja. Eva é formada do lado
de Adão, enquanto este dormia; depois da morte de Cristo, o seu lado é aberto
pela lança, brotando daí os sacramentos com que é formada a Igreja.[32]
A Igreja havia de sair de Cristo enquanto dormia na cruz; havia de
nascer do lado de Cristo que dormia. Foi do lado de Cristo que dormia, do seu
lado aberto pela lança, que manaram os sacramentos da Igreja.[33]
Percebamos que a Igreja nasce de Cristo totalmente
despojado. A Igreja nasce dum coração aberto!
Mas não é só com o Senhor que nos enlaçamos, este enlace
de amor estende-se aos membros entre si do Corpo de Cristo, por sua comunhão
com Cristo. Assim, os primeiros cristãos “(...) punham tudo em comum (...)” (At
2, 44) e eram “(...) unânimes (...)” (At 2, 46) em tudo quanto faziam. “A
multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma” (At 4, 32).
“Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era
comum.” (At 4, 32). Não havia paupérrimos entre eles: “Não havia entre eles
necessitado algum” (At 4, 34). E não se tratava dum “comunismo”, porque não
havia um martelo ou uma foice abolindo a “propriedade privada”, mas livremente
acontecia: o que é meu é seu também. Não deixa de ser meu, mas é seu também, por
um enlace de amor. Portanto, não é um meu que deixa de ser meu e passa a ser seu,
mas espontaneamente é um meu que passa a ser seu também, por um enlace de amor.
Isso é ser Igreja e isso provém da caridade, dom de Deus. Despojado de
“ideologias”; antes, reconhecendo na riqueza um bem e na pobreza também, São
Basílio, Bispo de Cesaréia, no século IV, não deixava de dizer ao seu rebanho:
Por que tu és rico e aquele é pobre? Certamente para que tu pudesses
receber a recompensa da bondade da fiel administração e aquele pudesse
conseguir o magnífico prêmio da paciência. (...) Quem é o avarento? Aquele que
não se contenta com aquilo que lhe é suficiente. Quem é o ladrão? Quem tira
aquilo que é de outro. Não és avaro? Não és ladrão, tu que fazes tua a
propriedade que recebeste para administrar? Quem espolia alguém que está
vestido é tido como ladrão; e quem, podendo fazê-lo, não reveste quem está nu
merecerá outro nome? O pão que tu reténs pertence ao faminto, o manto que
guardas no armário é de quem está nu; os sapatos que apodrecem em tua casa
pertencem ao descalço; o dinheiro que tens enterrado é do necessitado.[34]
São João Crisóstomo, Bispo de Constantinopla no século IV e início do V,
exortava os seus a se decidirem. Qual riqueza prefeririam? O Reino dos Céus ou os
bens temporais? (Mt 13, 24)? Perguntava à assembleia: quem são vocês? Aqueles
que, encontrando o tesouro do Reino num campo somente, vendem todos os demais
bens, ou aqueles que preferem ficar com tudo, mas não com o Reino? (Mt 13, 44) Quem
são vocês? O negociante que vende todas as pérolas finas para ficar com o
Reino, a verdadeira pérola, ou aqueles que preferem ficar com as pérolas deste
mundo, a saber, o dinheiro, a fama, o poder, as honras? (Mt 13, 45-46) Na verdade, o santo Bispo desejava que os seus
descobrissem onde estava o coração deles, “(...) pois onde está teu tesouro aí
estará também teu coração” (Mt 6, 21). Estava o coração daquela assembleia em
Deus ou no Dinheiro? Aos dois não pode servir! Diz o próprio Senhor: “Ninguém
pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará a um e amará o outro, ou se
apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao
Dinheiro.” (Mt 6, 24). Para o Santo Bispo, as riquezas são um bem, contanto que
não as guardemos aqui na terra, “(...) onde a traça e o caruncho corroem e onde
os ladrões arrombam e roubam (...)” (Mt 6, 19). As riquezas, para que sejam um
bem, devem ser como que transportadas, pelas boas obras de caridade, para o Céu,
“(...) onde nem a traça, nem o caruncho corroem e os ladrões não arrombam nem
roubam (...)” (Mt 6, 20). São João Crisóstomo pensava, para usar uma figura
familiar a nós, que, assim como quando entramos num país temos que fazer a
conversão do nosso dinheiro para a moeda daquele país, analogamente, as
riquezas terrenas devem ser convertidas em riquezas celestes, isto é, *pela
graça, devem converter-se em boas obras para com os irmãos. *Claro está,
portanto, que a caridade é amor sobrenatural, dom de Deus, e as obras de caridade
são as obras feitas por amor a Deus e aos irmãos. De sorte que só as obras
feitas com este amor, dom de Deus, são, por assim dizer, “tesouros válidos” no
Céu! Só desta forma as riquezas poderão santificar-nos
para o Céu: “Fazei bolsas que não fiquem velhas, um tesouro inesgotável nos
céus (...)” (Lc 12, 33). Do contrário, se acumularmos, se optarmos pela usura, só
nos restará a sorte do insensato, a saber, daquele “(...) que ajunta tesouros
para si mesmo, e não é rico para Deus” (Lc 12, 20). Afirma Crisóstomo:
Menosprezemos
[prezemos menos], portanto, as riquezas para não sermos desamparados por
Cristo, desprezemo-las para consegui-las. Pois se as conservarmos na terra,
certamente as perderemos na terra e no céu. Se as distribuirmos liberalmente,
em ambas as vidas usufruiremos de grande opulência. Quem, portanto, quer
enriquecer, empobreça a fim de se tornar rico. Gaste para coligir; dissemine
para acumular. (...) Semeemos também nós, cultivemos o campo celeste, a fim de
colhermos com abundância e conseguirmos os bens eternos, pela graça e amor aos
homens (...).[35]
O Bispo de Constantinopla está certo de que, ou somos liberais, ou algo
ou alguém vai dilapidar as nossas “riquezas temporais”: as traças, a ferrugem,
a doença, os herdeiros, etc. E é impressionante como ele usa uma imagem muito
simples: aquele que empresta ao pobre, dá a Deus! É como se a ajuda que déssemos
ao necessitado fosse uma de espécie de “transferência” dos nossos bens a Deus. Aliás,
Nosso Senhor mesmo no-lo afirma: “Cada vez que o fizestes a um desses meus
irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40). Deus é o único a quem,
com segurança, podemos confiar os nossos bens. Só Ele nos promete o cêntuplo e
a vida eterna (Mc 10, 30) se deixarmos tudo. Sobre o tesouro, o Santo Bispo
ainda diz:
Dá ao pobre,
diz ele [i.é., Deus], para que não o arrebate o fraudulento, ou o diabo, ou o
ladrão, ou por fim, a morte. Enquanto o retiveres, não o conservas com
segurança; se, porém, *o transmitires a mim, através dos pobres, reservar-te-ei
tudo cuidadosamente e em tempo oportuno restituí-lo-ei com muitos juros. Não o
aceito para tirá-lo, mas para aumentá-lo e guardá-lo com garantia e reservá-lo
para aquele tempo em que não haverá quem possa emprestar, nem ter compaixão.[36]
Observemos que a peleja entre Deus e o Dinheiro dá-se em nosso próprio
coração! É aí onde tudo se decide.
Mas a comunhão dos santos não se encerra apenas nos bens temporais. O
amor nos une, sobretudo, espiritualmente. A caridade causa uma circulação de
vida entre os membros de Cristo. Ela irriga o Corpo de Cristo como o sangue o
nosso corpo. A caridade distribui de forma proporcional: os méritos da Igreja
triunfante são comunicados à militante. Assim, a caridade une o Céu e a terra,
une o passado ao presente. De modo que não só a paixão e os méritos da vida de
Nosso Senhor, mas também os méritos uns dos outros – participação nos méritos
de Cristo, pois “Que possuis que não tenhas recebido?” (I Co 4, 7) – são
comunicados uns aos outros, porquanto formamos um só Corpo místico. Aliás,
quando dizemos da nossa comunhão uns com os outros, não nos referimos apenas
aos que vivem em nosso tempo e espaço. Na verdade, o enlace da caridade faz com
que os méritos dos santos de todos os tempos sejam postos em nosso benefício. Sendo
assim, quem participa do Corpo de Cristo pela caridade, tem a seu proveito todo
o bem praticado no mundo inteiro sob a graça de Cristo. E há mais. Tem, além
disso, à sua disposição, todo bem praticado em Cristo pelos séculos. Está claro
que a condição de estarmos inseridos nesta circulação de vida é estarmos em
Cristo. Agora bem, estar em Cristo é estar na Igreja de Cristo (“Ecclesiam
mea”= “A minha Igreja) [Mt 16, 18]), vale dizer, naquele Corpo que tem
Cristo por Cabeça (Cl 1, 18). Ora, nela somos enxertados pelo Batismo (Rm 6). É
mister dizermos isso, a fim de não nos esquecermos de que a fonte de todos os nossos
méritos é Cristo, nossa Cabeça. Ela é a Videira; nós, os Seus ramos. Sem
estarmos nEle, nada podemos fazer: “sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Santo
Tomás comenta belamente acerca da comunhão dos santos:
Devemos
saber que não apenas a paixão de Cristo nos é comunicada, mas também o mérito
da sua vida. O que também de bom fizeram todos os Santos, pela caridade
comunica-se aos que aqui vivem, porque todos são um (...). Por isso, quem vive
na caridade participa de todo bem que se faz no mundo. Por meio dessa
comunicação conseguimos dois efeitos: primeiro, o mérito de Cristo que se
comunica a todos; depois, o bem de um se comunica ao outro.[37]
Santo Agostinho prezava tanto este comungar da mesma seiva que é Cristo,
que exortava os seus: “Amai a Cristo, e amai-me nele, pois nele também sois
amados por mim”[38].
BIBLIOGRAFIA
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_____. Suma
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[1] CIRILO
DE JERUSALÉM. Catequeses Mistagógicas.
2ª ed. Trad. Frederico Vier. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2004. III, 1.
[2] TEÓFILO
DE ANTIOQUIA. Primeiro Livro a Autólico.
2ª ed. Trad. Ivo Storniolo e
Euclides M. Balancin. Rev. Honório Dalbosco. São Paulo: Paulus, 1995. 12.
[3] ORÍGENES.
Contra Celso. Trad. Orlando Reis.
São Paulo: Paulus, 2004. VI, 79.
[4] IRENEU DE LIÃO. Contra
as Heresias. 2ª ed. Trad. Lourenço Costa. Rev. H. Dalbosco. São Paulo:
Paulus, 1995. III, 18, 3.
[5] BÁSILIO
MAGNO. Tratado Sobre o Espírito Santo.
Trad. Monjas Beneditinas. Rev. Iranildo B. Lopes. São Paulo: Paulus, 1999. 12,
28.
[6] AGOSTINHO.
Comentário ao Evangelho de São João:
Médico e Alimento. 2ª ed. Trad. José Augusto Rodrigues Amado. Coimbra:
Gráfica de Coimbra, 1954. v. II. XIX, 6.
[7]
AGOSTINHO. A Trindade. 2ª ed. Trad.
Nair de Assis Oliveira. Rev. Honório Dalbosco. São Paulo: Paulus, 1995. VIII, 8,
12.
[8] Idem. Ibidem. VIII, 10, 14.
[9] Idem. Ibidem. IX, 2, 2.
[10] Idem. Ibidem. XV, 17, 31.
[11] Idem. Ibidem.
[12] Idem. Ibidem. VIII, 10, 14.
[13] Idem. Ibidem. XV, 18, 32.
[14] Idem. Comentário ao Evangelho de São João: Médico e Alimento. XXXII, 8.
[15] IRENEU
DE LIÃO. Op. Cit. III, 17, 1.
[16] BÁSILIO
MAGNO. Tratado Sobre o Espírito Santo.
16, 39
[17] IRENEU
DE LIÃO. Op. Cit. III, 24, 1.
[18] AGOSTINHO.
Comentário aos Salmos. 2ª ed. Trad.
Monjas Beneditinas. São Paulo: Paulus, 2005. v. I. 26, II, 2.
[19] AGOSTINHO.
Comentário ao Evangelho de São João: A
Ceia do Senhor. Trad. José Augusto Rodrigues Amado. Coimbra: Gráfica de
Coimbra, 1952. v. IV. LXXXI, 2.
[20] Idem. Comentário ao Evangelho de São João: Médico e Alimento. XXVIII, 1.
[21] AGOSTINHO. Carta 185.
11, 50. In: Obras de San Agustin Tomo
XI: Cartas (2.º). Trad. Lope Cilleruelo. Madrid, Biblioteca de Autores Cristianos, 1953. p. 659. (A tradução,
para o português, é nossa. Como a edição é bilíngue, o mais das vezes
preferimos ir direto ao original latino).
[22] AGOSTINHO.
Comentário ao Evangelho de São João:
Médico e Alimento. XXVI, 13.
[23] Idem. Ibidem. XXVII, 6.
[24]
AGOSTINHO. Comentário ao Evangelho de
São João: A Ceia do Senhor. LXXIV, 2.
[25] TOMÁS DE AQUINO. Super Epistolam B. Pauli ad Galatas lectura. cap. 5. lectio. 7.
Disponível em: < http://www.corpusthomisticum.org/cgl.html
>. Acesso em: 02/12/2013. (A tradução é nossa).
[26] BÁSILIO
MAGNO. Op. Cit. 16, 40.
[27] AGOSTINHO.
Sermón 267. 4. In: Obras Completas de Sant Agustin: Sermones
(4º) (184- 272 B). Trad. Pio de Luis. Madrid, Biblioteca de Autores Cristianos, 1983. p. 735. (A
tradução, para o português, é nossa. Como a edição é bilíngue, preferimos ir
direto ao original latino).
[28] TOMÁS
DE AQUINO. Exposição Sobre o Credo.
4ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 1997. p. 73.
[29] TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica.
Trad. Aimom-
Marie Roguet et al. São Paulo: Loyola, 2001. III, 8, 1, ad 3.
[30] AGOSTINHO. A Trindade. VIII,
10, 14.
[31] Idem. Ibidem. IX, 2, 2.
[32] AGOSTINHO. Comentário ao
Evangelho de São João: O Verbo de Deus. 2ª ed. Trad. José Augusto Rodrigues
Amado. Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1954. IX, 10.
[33] Idem. Ibidem. XV, VIII.
[34] BASÍLIO MAGNO. Homilia do
Evangelho Segundo Lucas. Trad. Monjas Beneditinas. Rev. Iranildo B. Lopes.
São Paulo: Paulus, 1999. 7.
[35] JOÃO
CRISÓSTOMO. Homilias sobre a Carta aos
Romanos. Trad. Mosteiro de Maria Mãe do Cristo. Rev. Iranildo Bezerra
Lopes. São Paulo: Paulus, 2010. 7ª Homilia. p. 142. (Os colchetes são nossos).
[36] Idem. Op. Cit. p. 137. (Os colchetes e o
asterisco são nossos).
[37] TOMÁS
DE AQUINO. Exposição Sobre o Credo.
pp. 82 e 83.
[38]
AGOSTINHO. Comentário ao Evangelho de
João: O Verbo de Deus. XIII, 17.
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Sávio Laet é Bacharel-Licenciado e Pós-Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso [UFMT], cursou ainda algumas disciplinas teológicas [Revelação e Fé; Transmissão da Revelação e Teologia do Direito Canônico] no SEDAC [Studium Eclesiástico D. Aquino Corrêa]. Foi pesquisador do Grupo de Estudos Polis-Éthos [registrado no CNPq] da UFMT. Também participou como estudioso da filosofia medieval no grupo de “Pesquisas em Filosofia Antiga e Medieval” [com registro no CNPq] vinculado à mesma instituição.
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