segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O papa que o mundo tomou para si.

Por Bruno Dornelles de Castro
Aristóteles: imagem roubada.

Não é de hoje que ideólogos das mais variadas estirpes tomam para si grandes pessoas, pertencentes grupos alheios a eles. Aristóteles, o primórdio reconhecedor do papel da família, se tornou a grande inspiração para os socialistas - inimigos desse modelo familiar - para aplicação da fictícia democracia plebiscitária. João Goulart, ignorado pelos comunistas, da noite por dia se tornou o herói e ícone da "repressão" da Ditadura Militar. Mas, talvez nenhuma outra pessoa seja mais utilizada para finalidades alheias das que deseja como é o Papa Francisco.

O carisma do Papa é, de fato, contagiante. Sua simplicidade traz à tona a mais primitiva inveja dos ideólogos, sejam dos mais experientes na arte de falar em um palanque, até os mais populistas, que se travestem de pobres para depois se aproveitarem das benéfices de serem parte da administração governamental.

A diferença é que a simplicidade do Papa está justamente na sua pureza de conduta, no seu desinteresse na criação de uma auto-figura de idolatria, ao contrário da ação dos esquerdistas, mais propagandística que o próprio marketing do qual consideram capitalista. Por essa razão, talvez tenham levado em conta uma maquiavélica sabedoria: se você não pode vencê-lo, junte-se a ele. E assim, roubaram o Papa.

A insistência em colocar Francisco em uma seara reformista, no sentido tanto moral quanto de um "iluminado progressista" é tão maquiado, tão travestido, que uma simples busca em notórios sites católicos já rompem qualquer mentira a esse respeito. Francisco fala muito dos pobres, fala muito de progresso, mas não como a esquerda brasileira fala e muito menos como a mídia politicamente correta transmite.

Não há intenção ideológica no Papa. Ele tão somente sabe que novos métodos são necessários para que a Igreja enfrente e seja efetiva em transmitir a moral cristã no mundo, pois é um pensamento padrão a quem promove a chefia de uma gestão. Sabe também que, como Pontífice, tem uma responsabilidade para com os mais pobres que hoje não se encontram em berço esplêndido, e são muitas vezes utilizados no Brasil para servirem somente a fins eleitorais.


Nesse sentido, a Igreja dos sonhos de quem nem sequer gosta da Igreja, mas deseja o seu fim, é evidente e inevitável no momento, e só pode ser combatida culturalmente pelos que já sabem da verdade e já a analisaram. Aqueles que ainda ligam a figura do Papa ao casamento gay, ao aborto e ao sacerdócio feminino irão continuar manipulando as notícias, os discursos e as falas de Francisco, e muitas pessoas permanecerão confusas e alienadas. Não estaria na hora de, quem sabe, um "approuch" mais conservador, no sentido de conservar os valores tradicionais da Igreja, para ser eliminada qualquer possibilidade de manipulação do que "teria dito o Papa"?

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