Por Bruno
Dornelles de Castro
Aristóteles: imagem roubada. |
Não é de hoje que
ideólogos das mais variadas estirpes tomam para si grandes pessoas,
pertencentes grupos alheios a eles. Aristóteles, o primórdio reconhecedor do
papel da família, se tornou a grande inspiração para os socialistas - inimigos
desse modelo familiar - para aplicação da fictícia democracia plebiscitária.
João Goulart, ignorado pelos comunistas, da noite por dia se tornou o herói e
ícone da "repressão" da Ditadura Militar. Mas, talvez nenhuma outra
pessoa seja mais utilizada para finalidades alheias das que deseja como é o
Papa Francisco.
O carisma do Papa é,
de fato, contagiante. Sua simplicidade traz à tona a mais primitiva inveja dos
ideólogos, sejam dos mais experientes na arte de falar em um palanque, até os
mais populistas, que se travestem de pobres para depois se aproveitarem das
benéfices de serem parte da administração governamental.
A diferença é que a
simplicidade do Papa está justamente na sua pureza de conduta, no seu
desinteresse na criação de uma auto-figura de idolatria, ao contrário da ação
dos esquerdistas, mais propagandística que o próprio marketing do qual
consideram capitalista. Por essa razão, talvez tenham levado em conta uma
maquiavélica sabedoria: se você não pode vencê-lo, junte-se a ele. E assim,
roubaram o Papa.
A insistência em
colocar Francisco em uma seara reformista, no sentido tanto moral quanto de um
"iluminado progressista" é tão maquiado, tão travestido, que uma
simples busca em notórios sites católicos já rompem qualquer mentira a esse
respeito. Francisco fala muito dos pobres, fala muito de progresso, mas não
como a esquerda brasileira fala e muito menos como a mídia politicamente
correta transmite.
Não há intenção
ideológica no Papa. Ele tão somente sabe que novos métodos são necessários para
que a Igreja enfrente e seja efetiva em transmitir a moral cristã no mundo,
pois é um pensamento padrão a quem promove a chefia de uma gestão. Sabe também
que, como Pontífice, tem uma responsabilidade para com os mais pobres que hoje
não se encontram em berço esplêndido, e são muitas vezes utilizados no Brasil
para servirem somente a fins eleitorais.
Nesse sentido, a
Igreja dos sonhos de quem nem sequer gosta da Igreja, mas deseja o seu fim, é
evidente e inevitável no momento, e só pode ser combatida culturalmente pelos
que já sabem da verdade e já a analisaram. Aqueles que ainda ligam a figura do
Papa ao casamento gay, ao aborto e ao sacerdócio feminino irão continuar
manipulando as notícias, os discursos e as falas de Francisco, e muitas pessoas
permanecerão confusas e alienadas. Não estaria na hora de, quem sabe, um
"approuch" mais conservador, no sentido de conservar os valores
tradicionais da Igreja, para ser eliminada qualquer possibilidade de
manipulação do que "teria dito o Papa"?
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