(no Brasil e no exterior, ideologia de
gênero causa perseguição)
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Por ocasião da Jornada
Mundial da Juventude Rio 2013, foi distribuída aos jovens uma cartilha
intitulada “Keys to Bioethics” (Chaves para a Bioética). Produzida pela
Fundação Jéròme Lejeune e traduzida em diversas línguas, ela pretendeu ser um
manual de Bioética para jovens, respondendo a questões atuais de maneira
direta, objetiva e repleta de ilustrações. Um apêndice de oito páginas foi
dedicado a explicar e refutar a “teoria do gênero”. A cartilha explica que,
segundo essa ideologia, “a identidade sexual do ser humano depende do
ambiente sociocultural e não do sexo – menino ou menina – que caracteriza cada
ser humano desde o instante da concepção. [...] A nossa identidade
feminina ou masculina teria muito pouco a ver com a realidade do nosso corpo, e
de fato nos seria imposta pela sociedade. Sem outra escolha, desde a mais tenra
infância cada pessoa interiorizaria o papel que supostamente deve desempenhar
na sociedade na condição de mulher ou de homem”. Após a explicação, vem a
crítica: “A teoria de gênero subestima a realidade biológica do ser humano.
Reducionista, supervaloriza a construção sociocultural da identidade sexual,
opondo-a à natureza”.
Cena que causa revolta aos ideólogos de gênero. |
Exemplares da cartilha que
sobraram da JMJ 2013 foram distribuídos em março de 2014 aos professores que
participaram do X Fórum de Ensino Religioso, promovido pela Secretaria Estadual
de Educação do Rio de Janeiro. Ora, esse material incomodou o grupo de pesquisa
“Ilè Obà Òyó”, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A
coordenadora do grupo, professora Maristela Gomes de Souza Guedes
(autodenominada Stela Guedes Caputo) noticiou o fato ao Ministério Público do
Rio de Janeiro, dizendo que as páginas da cartilha são “recheadas de
conservadorismo, homofobia e discriminação contra a mulher, com ilustrações perversas
e debochadas”[1].
A promotora Renata Scharfstein, da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva
de Proteção à Educação da Capital, após a abertura de um inquérito civil,
determinou que a Secretaria de Educação recolhesse as cartilhas distribuídas no
Fórum por considerar seu conteúdo “discriminatório (homofóbico e machista)”,
além de vinculado a religiões (!). Determinou ainda a realização de campanhas
em toda a rede estadual sobre a necessidade do “respeito a todos os modelos
familiares [sic] e orientações sexuais [sic] existentes
na sociedade, bem como a fim de neutralizar qualquer conteúdo eminentemente
religioso [sic] divulgado na (s) cartilha (s)”, em especial
aquele que repudia “o conteúdo descrito como teoria do gênero”[2].
A decisão da promotora surpreendeu a própria denunciante Stela Caputo, que a
considerou “inédita e histórica”. Espantosa foi a subserviência da Secretaria
de Educação, que, sem questionar o abuso de poder do Ministério Público,
informou que já havia providenciado o recolhimento das cartilhas e
comprometeu-se a não mais realizar fóruns de ensino religioso[3].
Ora, o Ministério Público
deve agir como fiscal da lei, e não como partidário de uma ideologia. Muito
menos de uma ideologia que, desprezando a base biológica da natureza humana,
pretende legitimar os mais aberrantes comportamentos sexuais, desde o
homossexualismo até o incesto e a pedofilia.
Ao agir desse modo, o
Ministério Público abriu um perigoso precedente. Se a cartilha sobre Bioética
foi condenada por opor-se à ideologia de gênero, de modo análogo poderia ser
condenado o uso da Bíblia, que usa palavras muito duras para qualificar o
homossexualismo: “abominação” (Lv 18,22; 20,13), “paixões aviltantes”,
“relações contra a natureza”, “torpezas”, “aberração” (cf. Rm 1,26-27).
Note-se que essa
arbitrariedade do Ministério Público foi cometida sem que esteja em vigor
qualquer lei federal que considere crime a oposição ao homossexualismo.
Imagine-se qual será a intensidade da perseguição da ideologia de gênero se uma
lei “anti-homofobia” for aprovada, como tanto deseja nosso governo do PT.
Enquanto isso, na
Alemanha...
[matéria do jornalista Leone
Grotti transcrita da revista italiana on line Tempi.it de
13/11/2014][4]
Em 24 de outubro [de 2014],
um oficial da polícia apresentou-se à porta da família Martens em Eslohe,
pequeno município da Renânia Setentrional, Vestfalia, na Alemanha. Enquanto
abria a porta, Eugen já sabia a finalidade daquela visita: a prisão da esposa e
mãe dos seus nove filhos Luise. Sabia tudo de antemão porque pelo mesmo motivo
ele próprio já tinha sido preso em 8 de agosto de 2013.
Ideologia de gênero tenta impor à criança que seu gênero é escolha pessoal e não uma definição natural. |
O que fizeram de tão grave
os dois cônjuges de 37 anos de modo a merecerem a prisão? Não mataram, não
roubaram nem causaram dano a ninguém. Sua única culpa é a de serem pai e mãe de
uma menina que se recusou a participar duas vezes das aulas de educação sexual
previstas pelas escolas primárias. No ano passado Luise não foi levada à prisão
com o marido porque estava grávida. Neste ano, o oficial da polícia não a
“levou à força como deveria” porque está ainda amamentando o último filho.
“Infelizmente, porém, não termina aqui. A procuradoria fará aplicar a decisão
do juiz”, afirma o policial...
“Muitíssimas famílias estão
nessa mesma situação do casal Martens na Alemanha, declara a tempi.it Matias
Ebert, casado, com quatro filhos, que depois de tomar conhecimento da história
dos Martens, decidiu fundar em Colônia a associação “Besorgte Eltern” (“Pais
preocupados”). O movimento já organizou diversas manifestações na Alemanha com
milhares de participantes a fim de que “se discuta publicamente esse escândalo
gigantesco e se impeça a corrupção de nossos filhos”, que a partir de seis anos
devem participar de cursos de educação sexual onde se propugna a ideologia de
gênero.
Por que se uma menina falta
a duas oras de aula os pais são colocados na prisão?
Na Alemanha a escola é
obrigatória e se uma criança falta às lições, a escola tem a faculdade de
denunciar os pais e o tribunal pode multar a família. Os cônjuges Martens por
isso receberam uma multa de cerca de 30 euros. Isso é absurdo porque a filha
abandonou a aula por sua própria iniciativa.
A família não podia pagar e
pronto?
Não, porque é uma questão de
princípio. O que irrita é que o tribunal use dois pesos e duas medidas. Algumas
crianças não vão à escola por meses e nada acontece com os pais. Mas quando uma
menina falta duas horas de educação sexual, a família é prontamente denunciada.
[...]
Por que a menina não queria
participar dos cursos de educação sexual?
Porque o conteúdo das lições
é perverso. Não só se mostra às crianças como funciona o sexo dos homens e das
mulheres, mas se lhes põe diante de uma “variedade” de práticas sexuais: sexo
oral, sexo anal e muitos outros.
Diz-se também às crianças,
desde a escola primária, que o seu gênero não é determinado e que não podem
saber se são meninos ou meninas, que devem refletir sobre isso. Isso para mim
se chama manipulação dos pequeninos.
Há outros casos além do da
família Martens?
Certamente. Não conheço o
número exato dos pais presos, mas só o pequeno grupo de pais da cidade de
Paderborn (150 mil habitantes) passou ao todo nos últimos anos 210 dias na
prisão. É um escândalo gigantesco também porque são as próprias crianças que
querem sair da aula. Na cidade de Borken, por exemplo, em uma classe a lição
perturbou tanto as crianças que seis delas desmaiaram.
[fim da transcrição]
Anápolis, 12 de
dezembro de 2014.
Pe. Luiz Carlos Lodi
da Cruz
Presidente do
Pró-Vida de Anápolis
[2] http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/11/1553289-governo-do-rio-recolhe-cartilhas-consideradas-homofobicas-pelo-mp.shtml.
O destaque é nosso
[3] Cf. http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/por-ordem-do-mp-governo-do-rio-recolhe-cartilhas-homofobicas-suspende-foruns-religiosos-14648765#ixzz3K6uRCn8e
[4] http://www.tempi.it/germania-scandalo-genitori-incarcerati-figli-corsi-gender-scuola#.VIcmOTHF9qV
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