Por Dom
Fernando Arêas Rifan
Bispo da
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Hoje, dia 15, dia de
Santa Teresa de Jesus, grande mestra da vida espiritual, e exatamente por isso,
é comemorado o dia do professor. Deixo aqui consignada a minha saudação e
gratidão a todos os que se dedicam a essa nobre e benemérita carreira, difícil,
mas nem sempre reconhecida e condignamente gratificada. Mais do que uma
profissão, educar é uma arte, uma vocação e uma missão: formar, conduzir
crianças, jovens e adultos no caminho da verdade, sugerindo opiniões
conscientes, aconselhando e tornando-se amigos e irmãos dos seus alunos. Que
Deus os abençoe e lhes dê coragem, paciência e perseverança.
Ser professor é ser
educador e mestre. E ser mestre é muito mais do que ensinar matérias, como bem
escreveu o nosso ilustre poeta Antônio Roberto Fernandes, de saudosa memória:
“Ser mestre não é só contar a história/ de um certo Pedro Álvares Cabral/ Mas
descobrir, de novo, a cada dia,/ um mundo grande, livre, fraternal. - Ser
mestre não é só mostrar nos mapas/ onde se encontra o Pico da Neblina/ Mas é
subir, guiando os alunos,/ à montanha da vida que se empina... Ser mestre é ser
o pai, a mãe, o amigo,/ mostrando sempre a direção da luz,/ pois a palavra
Mestre – sobretudo –/ também é um dos nomes de Jesus.”
A melhor definição
de educação nós a encontramos no Direito Canônico, conjunto de normas da Igreja
(cânon 795): é a formação integral da pessoa humana, dirigida ao seu fim último
e, ao mesmo tempo, ao bem comum da sociedade, de modo que as crianças e jovens
possam desenvolver harmonicamente seus dotes físicos, morais e intelectuais,
adquirir um sentido mais perfeito da responsabilidade e um uso correto da
liberdade, preparando-se para participar ativamente da vida social. Que missão
nobre, sublime e difícil a do professor-educador! Indicando aos alunos o
sentido da vida, ele vai ajudá-los a dominar seus instintos e a dirigi-los pela
razão, a desenvolver o conjunto de suas faculdades, a combater as más paixões e
desenvolver as boas, a adquirir o domínio de si e a orientar seus sentimentos,
levando em conta as diversas fases da vida e as características do seu
temperamento, formando assim sua personalidade e seu caráter. Sendo assim, o
mestre é cooperador da Graça de Deus, que, como Pai, só quer o bem dos seus
filhos.
Mas, será que vale a
pena tanto esforço por tão pouco reconhecimento e tão pouco salário? “Tudo vale
a pena se a alma não é pequena” (Fernando Pessoa). Se o professor trabalha por
vocação, sentir-se-á recompensado pelos frutos do seu trabalho, mesmo que não
apareçam imediatamente.
A você, portanto,
caro professor e querida professora, a nossa homenagem por ter recebido de Deus
tão nobre e importante missão e a nossa gratidão reconhecida pelo seu trabalho,
que não se mede pela produção imediata, mas por frutos, muitas vezes
escondidos, que só vão aparecer ao longo da vida e que estarão escritos no
livro da eternidade. “Os que educaram a muitos para a justiça brilharão como
estrelas para sempre” (Dn 12,3).
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