As vocações
Dom Fernando
Arêas Rifan
Bispo da
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
O mês de agosto é o mês das vocações,
especialmente as sacerdotais, pois nele se comemora o dia do padre, dia de São
João Maria Vianney, o Cura d’Ars, patrono dos párocos e modelo para todos os
padres do mundo.
Na Missa com os Bispos, Sacerdotes,
religiosos e seminaristas na Catedral do Rio, durante a JMJ, o Papa Francisco
nos falou sobre a necessidade de ter sempre presente a nossa vocação: “Creio
que é importante reavivar sempre em nós este fato, para o qual amiúde fazemos
vistas grossas entre tantos compromissos cotidianos: ‘Não fostes vós que me
escolhestes; fui eu que vos escolhi’, diz Jesus (Jo 15,16). É um caminhar de
novo até a fonte de nosso chamado. Por isso um bispo, um sacerdote, um
consagrado, uma consagrada, um seminarista, não pode ser um desmemoriado. Perde
a referência essencial do início de seu caminho. Pedir a graça, pedir à Virgem
Maria - ela tinha boa memória - a graça de termos na memória esse primeiro
chamado. Fomos chamados por Deus e chamados para permanecer com Jesus (cf. Mc
3, 14), unidos a ele... É precisamente a ‘vida em Cristo’ que garante nossa
eficácia apostólica e a fecundidade de nosso serviço... Não é a criatividade,
por mais pastoral que seja, não são os encontros ou os planejamentos que
garantem os frutos, embora ajudem e muito, mas o que garante o fruto é sermos
fiéis a Jesus, que nos diz com insistência: ‘Permanecei em mim, como eu
permaneço em vós’ (Jo 15,4)”.
Há muitas vocações especiais na Igreja.
Na vida religiosa, temos o chamado à profissão dos conselhos evangélicos, na
qual se segue mais de perto a Cristo, numa vida totalmente consagrada a Deus, à
construção da Igreja e à salvação do mundo, a fim de se alcançar a perfeição da
caridade, preanunciando assim a glória celeste.
O Concílio Vaticano II sublinhou uma
verdade da Tradição da Igreja: a vocação universal à santidade: “O Senhor
Jesus, mestre e modelo divino de toda a perfeição, pregou a todos e a cada um
dos seus discípulos, de qualquer condição que fossem, a santidade de vida, de
que ele próprio é autor e consumador... Todos os fiéis, seja qual for o seu
estado ou classe, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da
caridade..., são convidados e obrigados a tender para a santidade e perfeição
do próprio estado... ‘Os que se servem deste mundo, não se detenham nele, pois
passa a figura deste mundo’ (1 Cor 7,31)” (Lumen
Gentium, cap. V).
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