(os efeitos devastadores da pílula para
o organismo)
Por Pe. Luiz Carlos Lodi
Na base do crânio existe
uma glândula em forma de pera chamada hipófise. Na mulher, a hipófise é
responsável por lançar no sangue a cada mês o hormônio
folículo-estimulante (FSH), que provoca o amadurecimento de um óvulo
no ovário. Sem o FSH, não há ovulação.
Durante a gravidez, a
mulher não ovula. Por quê? Porque a hipófise deixa de enviar o FSH, uma vez que
o organismo está esperando o nascimento da criança que já foi concebida.
O que a pílula (ou
injeção) anticoncepcional faz é enganar a hipófise, dando-lhe uma mensagem
falsa de gravidez. A droga anticoncepcional é constituída de dois
hormônios: estrógeno e progesterona. Quando são
lançados na corrente sanguínea, eles vão até a hipófise e informam (falsamente)
a essa glândula que a mulher está grávida. Enganada por essa mensagem, a
hipófise deixa de produzir o FSH, à espera de que a criança – que não existe –
venha a nascer. Assim, a mulher para de ovular. Deixando de produzir um óvulo,
ela deixa de conceber.
De tudo o que foi dito,
percebe-se que a pílula anticoncepcional não é um remédio, mas um veneno.
Ela não cura um organismo doente. Ao contrário, ela faz com que o ovário – que
está funcionando bem – pare de funcionar.
Você não chamaria de
remédio a um comprimido que alguém tomasse para fazer que o coração – que está
batendo - parasse de bater; nem a uma injeção que alguém tomasse para fazer que
o pulmão – que está respirando – deixasse de respirar; nem a uma pomada que
alguém aplicasse para que os olhos – que estão enxergando – parassem de
enxergar.
Pelo mesmo motivo, não é
coerente que se chame de “remédio” a uma combinação de hormônios que se toma
para paralisar os ovários. A pílula anticoncepcional é um veneno no sentido
próprio da palavra.
O efeito dela, porém, não
se limita aos ovários. A ingestão artificial de hormônios desequilibra o
sistema endócrino e causa danos a todo o organismo. Alguns desses danos são
narrados a seguir.
Trombose, acidente
vascular cerebral (AVC), embolia pulmonar.
Em janeiro de 2014, Carla
Simone de Castro, 41 anos, moradora de Goiânia, procurou uma ginecologista a
fim de operar-se de miomas uterinos que lhe causavam cólicas. A médica
aconselhou não a cirurgia, mas o uso de um anticoncepcional (Yasmin) como forma
de tratamento. Após alguns dias, Carla sofreu fortes dores de cabeça, que foram
diagnosticadas como sintoma de sinusite. Durante 55 dias ela sofreu diplopia
nos dois olhos e via as imagens duplas e embaçadas. Somente um exame de
ressonância magnética revelou que, na verdade, ela sofrera uma trombose venosa
cerebral, que lhe causou três AVCs (acidentes vasculares cerebrais ou
“derrames”). Suspendeu então o anticoncepcional e começou a fazer um tratamento
anticoagulante, para evitar uma embolia cerebral, que poderia levá-la à morte[1].
Como a trombose foi muito extensa, ela foi obrigada a fazer cirurgias de
altíssimo risco a fim de minimizar as sequelas.
Em setembro de 2014, Carla
publicou um vídeo em que aparecia com um tampão em um dos olhos, ainda
impossibilitada de escrever, e contava sua dolorosa história. O vídeo teve um
sucesso excepcional e Carla criou no Facebook uma página chamada “Vítimas de
anticoncepcionais – unidas a favor da vida”[2].
Ao relato de Carla associaram-se os depoimentos de inúmeras outras mulheres com
reações adversas graves causadas pelo uso de anticoncepcionais.
Daniele Medeiros, 33 anos,
moradora de São João de Meriti (RJ), procurou uma ginecologista para tratar de
cistos ovarianos, que causavam fortes cólicas menstruais. Em vez de oferecer à
sua cliente o tratamento inofensivo e eficaz da metformina (um
remédio para diabete, que ajuda muito no tratamento de ovário policístico),
prescreveu-lhe um anticoncepcional (Yasmin) como tratamento. Após três meses de
uso, Daniele sofreu uma embolia pulmonar, com consequências gravíssimas: três
paradas cardíacas, dois meses de internação, 40 dias em coma e a amputação dos
dez dedos dos pés, necrosados por causa dos medicamentos que a mantiveram viva[3].
Daniele apresentava
tendência à trombose (trombofilia), o que aumentava o risco trombótico
associado ao uso de anticoncepcionais. Além disso, ela utilizou uma droga
(Yasmin) que contém um tipo de progesterona chamado drospirenona, que elevava
ainda mais o risco (ver tabela abaixo).
Simone Vasconcelos, 34
anos, moradora de São Caetano do Sul, fez todos os exames e seu médico não
encontrou nenhum fator que aumentasse o risco do uso de anticoncepcionais. Após
três meses de uso da pílula Iumi, em julho de 2014, ela sofreu embolia
pulmonar, com risco de morte. Passou dois dias na UTI e seis no quarto do
hospital. Como o coágulo era pequeno, o tratamento de seis meses com
anticoagulante e restrições alimentares foi bem sucedido[4].
Qualquer mulher, mesmo que
não tenha trombofilia e mesmo que use pílulas com outro tipo de progesterona,
diverso da drospirenona, está sujeita a sofrer tromboses. É o que relata um
extenso estudo feito na Holanda entre 1999 e 2004 e publicado em 2009 na
revista médica The BMJ. A pesquisa abrangeu 1.524 pacientes e um
grupo de controle de 1.760 mulheres. Como resultado, “os contraceptivos orais
atualmente disponíveis aumentaram em cinco vezes o risco de trombose venosa,
comparado ao não uso”. Esse risco variou com o tipo de progesterona:
Tipo de progesterona usado
|
Aumento do risco de trombose venosa
|
Levonorgestrel
|
3,6 vezes
|
Gestodeno
|
5,6 vezes
|
Desogestrel
|
7,3 vezes
|
Acetato de ciproterona
|
6,8 vezes
|
Drospirenona
|
6,3 vezes
|
“Confirmou-se ainda – diz
o estudo – um alto risco de trombose venosa durante os primeiros meses de uso
do contraceptivo oral, independentemente do tipo de contraceptivo oral [destaque
nosso]” [5].
Câncer de mama.
Um estudo feito nos
Estados Unidos em 1.102 mulheres, de 20 a 49 anos, diagnosticadas com câncer de
mama invasivo, de 1990 a 2009, usando um grupo de controle de 21.952 mulheres,
foi publicado em 2014 na revista Cancer Research. A originalidade
do estudo é que ele se baseou não em relatos pessoais, mas em registros
eletrônicos de farmácias. A descoberta foi de um aumento global de 50% na
incidência de câncer de mama nas mulheres que tinham usado qualquer
contraceptivo oral durante o ano anterior[6].
Comentando o resultado, a médica Dra. Denise Hunnell observa que o câncer de
mama em mulheres de 20 a 49 anos é mais agressivo e menos sensível à terapia
que o câncer de mama após a menopausa. O aumento do risco dessa doença em
mulheres jovens significa, portanto, um aumento do risco de morte dessas
mulheres[7].
Glaucoma
Em 2013, foi apresentado
na reunião anual da Academia Americana de Oftalmologia, em Nova Orleans, o
resultado de um estudo que envolveu 3.406 mulheres de 40 anos ou mais. Os
pesquisadores descobriram que as mulheres que haviam usado contraceptivos por
três anos ou mais, eram duas vezes mais propensas a terem tido um diagnóstico
de glaucoma. Esse resultado não dependia do tipo de anticoncepcional usado[8].
O glaucoma caracteriza-se pelo aumento da pressão intraocular, que determina o
endurecimento do globo e a compressão do nervo ótico, podendo levar à cegueira.
Conclusão
O anticoncepcional, além de
privar o ato conjugal de sua abertura à vida, convertendo-o num ato de egoísmo
a dois, traz terríveis malefícios para a saúde da mulher, que podem levá-la à
morte. No entanto, quase ninguém se atreve a dizer que as mulheres não devem
usar tal droga ou que o Estado deve proibir sua comercialização. Mesmo as
vítimas de anticoncepcionais acima citadas limitam-se a advertir que a pílula
deve ser usada “com cuidado” e levando-se em conta os riscos. Por que essa
resistência em condenar os anticoncepcionais? Por dois motivos: 1º. Porque essa
droga livra os cônjuges do fardo dos filhos e não exige qualquer sacrifício
(como o exige a continência periódica admitida pela Igreja em
casos de real necessidade); 2º. Porque até hoje nenhuma outra droga trouxe
tanto lucro para as indústrias farmacêuticas.
Anápolis, 7 de agosto de 2015
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
[1] Cf. http://g1.globo.com/goias/noticia/2014/09/professora-diz-que-teve-trombose-apos-usar-pilula-anticoncepcional.html
[2] https://www.facebook.com/pages/Vítimas-de-anticoncepcionais-Unidas-a-favor-da-Vida/279481195591370?fref=photo
[3] Cf. http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/quando-pilula-anticoncepcional-e-pior-escolha.html
[5] ROSENDAAL,
F.R. et al. The venous thrombotic risk of oral contraceptives, effects
of oestrogen dose and progestogen type: results of the MEGA case-control study. BMJ 2009;339:b2921
in: http://www.bmj.com/content/339/bmj.b2921.full
[6] Cf.
BEABER, Elizabeth et al. Recent oral contraceptive use by formulation
and breast cancer risk among women 20 to 49 years of age.Cancer Research;
74(15) August 1, 2014, p. 4078-4089, in: http://cancerres.aacrjournals.org/content/74/15/4078.full.pdf
[7] HUNNELL,
Denise. Link between breast cancer and contraceptives, too big to
ignore, in:
http://www.truthandcharityforum.org/link-between-breast-cancer-and-contraceptives-too-big-to-ignore/
[8] THE
HUFFINGTON POST. Prolonged Use Of The Contraceptive Pill Double The
Risk Of Glaucoma, Study Finds, in:http://www.huffingtonpost.co.uk/2013/11/18/glaucoma-contraceptive-pill-risk_n_4295553.html
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