Dom Fernando Arêas
Rifan
Bispo da
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Celebramos hoje a
Solenidade da Epifania do Senhor, dia de Reis. “Epifania” é
uma palavra grega que significa “manifestação”. Foi o dia da manifestação de
Jesus como Salvador de todos os povos, na pessoa dos Reis do Oriente, os Magos
ou Sábios, que vieram visitar o Menino Jesus em Belém, o Rei dos Reis (Ap 19,
16), o “Príncipe da Paz” (Is 9, 5).
Deus usa de vários
meios para chamar a si as pessoas, meios adaptados à personalidade e às
condições de cada um. Aos pastores, judeus, já familiarizados com as revelações
divinas do Antigo Testamento, Deus chamou através dos anjos, mensageiros da boa
nova do nascimento de Jesus. Os Magos, porém, eram pagãos, da Arábia. Mas como
eram astrônomos e astrólogos, Deus os chamou através de uma estrela misteriosa.
Jesus não discrimina ninguém: no seu presépio vemos pobres e ricos, judeus e
árabes. Todos são bem-vindos ao berço do pacífico Menino Deus. Já se vislumbra
assim que Jesus é e será a fórmula da paz para o Oriente Médio.
Jesus veio nos
trazer a verdadeira paz, a sua paz. “Dou-vos a minha paz. Não é à maneira do
mundo que eu a dou” (Jo 14, 27). “Seu nome será... Príncipe da Paz” (Is 9,5).
Esse foi o cântico dos anjos na noite de Natal: “Glória a Deus no mais alto dos
céus, e, na terra, paz aos que são do seu agrado!” (Lc 2, 14). E a sua primeira
saudação aos Apóstolos depois da Ressurreição foi: “A paz esteja convosco!” (Jo
20, 19 ss).
Em sua mensagem de
Natal “Urbi et Orbi” deste último Natal, o Papa Francisco falou da paz no mundo
e pediu a oração pela paz:
“Ele, só Ele, nos
pode salvar. Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas
formas de mal – por vezes monstruosas – que o egoísmo gera nela. A graça de
Deus pode converter os corações e suscitar vias de saída em situações
humanamente irresolúveis. Onde nasce Deus, nasce a esperança: Ele traz a
esperança. Onde nasce Deus, nasce a paz. E, onde nasce a paz, já não há
lugar para o ódio e a guerra. E, no entanto, precisamente lá onde veio ao
mundo o Filho de Deus feito carne, continuam tensões e violências, e a paz
continua um dom que deve ser invocado e construído. Oxalá israelitas e
palestinenses retomem um diálogo direto e cheguem a um acordo que permita a
ambos os povos conviverem em harmonia, superando um conflito que há muito os
mantém contrapostos, com graves repercussões na região inteira”.
“Ao Senhor, pedimos
que o entendimento alcançado nas Nações Unidas consiga quanto antes silenciar o
fragor das armas na Síria e pôr remédio à gravíssima situação humanitária da
população exausta... Penso ainda em quantos foram atingidos por hediondos atos
terroristas, em particular pelos massacres recentes ocorridos nos céus do
Egito, em Beirute, Paris, Bamaco e Túnis. Aos nossos irmãos, perseguidos em
muitas partes do mundo por causa da sua fé, o Menino Jesus dê consolação e
força. São os nossos mártires de hoje”.
Aprendamos com a
Sagrada Família de Belém, do Egito e de Nazaré, a paz e a harmonia, de que
tanto o mundo precisa.
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