quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Questão de tempo.


Por André Brandalise

“O meu passado, Senhor, à Tua misericórdia. O meu presente, ao Teu amor. O meu futuro, à Tua Providência” (Santo Padre Pio de Pietrelcina)

Sinopse: Tim (Domhnall Gleeson) faz parte de uma família de viajantes do tempo. Após descobrir o seu dom, ele passa a usá-lo em seu próprio proveito, principalmente para conquistar mulheres. É aí que ele conhece Mary (Rachel McAdams), uma garota linda, porém insegura. Usando suas habilidades nada convencionais, ele altera o tempo para construir uma linda história de amor. Mas ele também vai perceber que nem tudo está sob o nosso domínio.

Algumas vezes nos deparamos com filmes que tratam dessa temática: a volta no tempo e mudança de decisões e atos que acabam repercutindo no futuro. O primeiro ótimo registro desse tema foi com o livro de H.G. Wells, “A Máquina do Tempo”, que já foi adaptado para o cinema algumas vezes. Também tivemos a ótima trilogia “De Volta para o Futuro”, em que acompanhamos Marty McFly tentando salvar o passado, presente e futuro de uma vez só.

Nesta produção temos contato novamente com esta temática, em que o rapaz descobre que tem o dom de voltar ao passado e alterar os atos, o que, com certeza, gera consequências no presente e futuro. É uma solução fácil para aqueles que se arrependem de algo que fizeram, ou então, uma forma de evitar sofrimentos.

Todo esse vai e vem no tempo, durante o filme, nos leva a acompanhar ótimas experiências, como a excelente relação entre pai e filho e o que isso gera na vida deles no presente e futuro (inclusive com uma nova geração vindo), torcendo para que o jovem protagonista consiga viver sua vida com felicidade, corrigindo erros do passado ou melhorando situações do presente, ainda que fúteis, inclusive com alguns momentos cômicos.

Tudo isso nos leva a pensar o que mudaríamos no nosso passado… Mas, creio que nenhum dos leitores tem este dom de voltar ao passado, então, para cada um de nós vale lembrar as palavras de Gandalf em “O Senhor dos Anéis”:  “O que nos cabe é decidir o que fazer com o tempo que nos é dado”.

Seria ótimo podermos retornar e apagar de nossa história os erros que cometemos, mudar as situações vexatórias que passamos, impedir que viéssemos a conhecer pessoas que nos causassem mal, entre tantas outras coisas, mas como não podemos, devemos aprender com o passado, confessar nossos pecados (quando arrependidos) e, no presente, agirmos pensando em nosso futuro, mas cientes de que este a Deus pertence.

O Papa Francisco, em uma de suas homilias na Casa Santa Marta, diz que toda a nossa vida está fundada em três pilares: um no passado, um no presente e outro no futuro. O pilar do passado, explicou, “é o da eleição do Senhor”, que Ele nos disse “venha”. O futuro, ao invés, diz respeito ao “caminhar rumo a uma Promessa”, o Senhor “fez uma promessa conosco”. Por fim, o presente “é a nossa resposta a esse Deus tão bom que nos elegeu”.

E finalizou assim:

“Esquecer o passado, não aceitar o presente, desfigurar o futuro: é o que fazem as riquezas e as preocupações. O Senhor nos diz: ‘Estejam tranquilos! Busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais lhes será acrescentado. Peçamos ao Senhor a graça de não errar com as preocupações, com a idolatria da riqueza e de sempre lembrar que temos um Pai, que nos elegeu; lembrar que este Pai nos promete uma coisa boa, que é caminhar rumo àquela promessa e ter a coragem de aceitar o presente como vem. Peçamos essa graça ao Senhor!”


Vale a pena assistir este filme, seja para refletirmos conforme colocado acima, ou apenas pelo bom filme que é.

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