segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A Basílica do Latrão


Por D. Henrique Soares

Basílica de São João de Latrão
A Basílica do Latrão é a Catedral da Igreja de Roma, a Catedral do Papa. Na sua entrada há uma inscrição: “Mãe de todas as igrejas da Cidade e do mundo”.

Compreendamos! A Igreja de Roma (isto é, a Arquidiocese de Roma) é a Igreja de Pedro e de Paulo, é a Igreja que preside à todas as outras dioceses do mundo, é a mais venerável de todas as Igrejas da terra.

Santo Inácio de Antioquia referia-se a ela, lá pelo ano 97, com indizível veneração. Numa carta que endereçou aos cristãos romanos, o santo Bispo de Antioquia escrevia:

“À Igreja objeto de misericórdia na magnificência do Pai altíssimo e de Jesus Cristo seu único Filho, amada e iluminada na vontade daquele que conduz à realização todas as coisas que existem, segundo a fé e o amor de Jesus Cristo nosso Deus, à mesma que também preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna da máxima beatitude, digna de louvor, digna de sucesso, digna de pureza e colocada acima das demais na caridade, que possui a lei de Cristo e o nome do Pai”...

O Papa, como Bispo de Roma, é cabeça do Colégio dos Bispos e sinal visível da unidade da Igreja na verdadeira e perene fé católica e na caridade, isto é, na comunhão entre todas as demais Igrejas diocesanas. É por isso que hoje nos unimos à Igreja de Roma na festa da Dedicação, da consagração da sua Catedral, a Basílica do Latrão.

A Catedral de cada diocese é a Igreja do Bispo, sucessor dos Apóstolos. Quanto mais importante é a Catedral do Bispo de Roma, sucessor de Pedro. Por isso, ela é considerada a “Mãe de todas as Igrejas da Cidade e do mundo”.

Assim sendo, a festa de hoje convida-nos também a rezar pela Igreja de Deus que está em Roma e pelo seu Bispo, Francisco. Convida-nos a estreitar nossos laços com Roma e o Papa, retomando nossa consciência do papel que ele tem como Vigário de Pedro, a quem Cristo confiou sua Igreja.

Num mundo tão complexo, com tantas ideias, opiniões e modas, num cristianismo que vê surgir tantas seitas sem nenhum fundamento teológico, sem nenhuma seriedade, sem nenhum enraizamento na Tradição Apostólica, difundindo-se pela força do dinheiro e a conivência dos meios de comunicação, ávidos de lucro, fazendo um terrível mal à fé dos simples e desavisados – num mundo assim, reafirmemos nossa comunhão firme, profunda e convicta com a Igreja de Roma e seu Bispo, a quem o Cristo entregou de modo particular as chaves do Reino e deu a missão de confirmar na fé os irmãos.

A comunhão com Roma é garantia de estar naquela comunhão que Cristo sonhou para a Sua Igreja; é garantia de permanecer na fé apostólica, transmitida uma vez por todas, é garantia de não cair num tipo de cristianismo alheio àquilo que o Senhor Jesus pensou e estabeleceu. Todo cristão e toda Igreja diocesana devem estar em comunhão com a Igreja de Roma e com o seu Bispo, o Papa.

Quanto ao Papa e a Igreja de Roma, devem, por sua vez, serem guardiães fieis da fé católica uma vez por todas confiada aos santos; a Igreja não é do Papa; é de Cristo! O Papa é o primeiro que deve ouvir fielmente o Senhor, é o primeiro a obedecer e ser fiel à fé católica, sendo exemplo para os seus irmãos! Esta é a missão de Pedro e de todos os seus sucessores na Cátedra de Roma, simbolizada pela Basílica do Latrão!


Que a festa hodierna seja uma feliz ocasião para professar, na exultação e no louvor, a nossa fé católica, da qual nos ufanamos com humildade e na qual esperamos ser salvos. Amém.

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